Susana Gravato estava ao telefone com uma funcionária, depois do almoço, quando gritou de dor e a chamada caiu. Alertado, o marido encontrou-a no sofá com sangue e lesões na cabeça.
A vereadora da Câmara de Vagos Susana Gravato foi esta terça-feira encontrada morta em casa, na Vagueira, vítima de homicídio, segundo apurou o JN. A autoria do crime e as motivações estão a ser investigadas pela Polícia Judiciária de Aveiro.
O crime ocorreu cerca das 15 horas, depois de Susana Gravato, de 49 anos, ter almoçado com o marido no "Morgado", um restaurante à porta de casa. Sabe o JN que, a seguir ao almoço, alegadamente devido a dores de cabeça, a vereadora foi para casa, esteve com o filho mais novo e, depois de o adolescente sair de casa e quando estava ao telefone com uma funcionária da Câmara, gritou um "ai" e a chamada caiu.
A funcionária terá tentado retomar a ligação e, como a vereadora não atendeu, telefonou ao marido, proprietário de uma drogaria situada a poucos metros da vivenda. Quando entrou na moradia, viu a mulher deitada no sofá, com sangue e ferimentos na cabeça, contaram várias fontes ao "Jornal de Notícias".
Quando os bombeiros e a equipa médica do INEM do hospital de Aveiro chegaram à Rua do Parque de Campismo, encontraram a vereadora em paragem cardiorrespiratória, tentaram reverter a situação, mas não conseguiram reanimar Susana Gravato.
Tudo indica que Susana terá sido agredida quando estava ao telefone com a funcionária municipal. Ainda segundo apurou o JN, as câmaras de videovigilância de casa mostram a saída do filho da moradia e pouco depois são tapadas ou desligadas.
Saco com dinheiro
Um indício que poderá apontar para a possibilidade de ter-se tratado de um roubo foi o facto de ter sido encontrado um saco com dinheiro dentro de casa, que poderá ter sido deixado pelos assaltantes durante a fuga.
Logo que o caso se tornou público, dezenas de pessoas deslocaram-se para as imediações do local do crime. Conhecidos, amigos e curiosos estiveram horas na rua, enquanto os investigadores da PJ recolhiam elementos para a investigação. Marido e filhos da vítima receberam apoio psicológico.
A Câmara Municipal de Vagos decretou três dias de luto em memória e reconhecimento público pelo trabalho da vereadora Susana Gravato, que se destacou "pela dedicação ao serviço público, pela proximidade às pessoas e pelo compromisso com o desenvolvimento do nosso concelho", refere uma nota de pesar e consternação da autarquia publicada no Facebook. Acrescenta que a data das exéquias fúnebres será oportunamente comunicada.
Ia deixar agora a autarquia para voltar à advocacia
Susana Gravato ia deixar a Câmara de Vagos nos próximos dias, após dois mandatos como vereadora. Queria regressar à advocacia, que exercia quando em 2017 foi convidada por Silvério Regalado, eleito presidente da Câmara, para integrar o executivo do PSD, partido em que militou desde 1994, tendo feito parte da Juventude Social Democrata (JSD). Atualmente, como vereadora, tinha os pelouros da Administração Geral, Ambiente, Proteção e Saúde Animal, Justiça e Coesão Social e Maioridade. Susana era casada e deixa dois filhos, um adolescente e o mais velho estudante universitário. Nascida a 8 de março de 1976, na freguesia de S. Salvador, Ílhavo, foi viver aos seis anos para a freguesia da Gafanha da Boa-Hora, Vagos, onde faleceu ontem numa tragédia.