A Câmara de Lisboa manifestou o mais profundo pesar pela morte do antigo líder do PSD Francisco Pinto Balsemão, lembrando-o como "figura maior da vida pública portuguesa", e decretou dois dias de luto municipal em sua homenagem.
"Francisco Pinto Balsemão constitui uma figura singular e ímpar na defesa de três liberdades: de pensamento, de expressão e de informação, deixando uma marca indelével na cidade de Lisboa e no país e inspirando gerações", destacou a Câmara Municipal, em comunicado.
Antigo líder do PSD, ex-primeiro-ministro e fundador do "Expresso" e da SIC, Francisco Pinto Balsemão morreu na terça-feira aos 88 anos.
O luto municipal decretado pela Câmara de Lisboa em homenagem a Francisco Pinto Balsemão é para cumprir hoje e quinta-feira, "com a consequente colocação da bandeira do município a meia haste em todos os edifícios e equipamentos municipais".
Assim, o luto municipal junta-se ao luto nacional, também de dois dias e a cumprir hoje e quinta-feira.
"Empresário visionário, jornalista e político, Pinto Balsemão dedicou a sua vida ao serviço do país, deixando uma marca indelével na comunicação social, na democracia e na liberdade em Portugal", enalteceu a autarquia, referindo que o antigo líder do PSD foi fundador do semanário Expresso e "um dos protagonistas da consolidação democrática após o 25 de Abril", que exerceu ainda as funções de primeiro-ministro, "desempenhando sempre o seu papel com sentido de Estado, ética e compromisso cívico".
Citado em comunicado, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), disse que a capital "perde um dos seus grandes cidadãos", considerando que Pinto Balsemão foi "um exemplo de inteligência, de coragem e de dedicação à causa pública".
"Partiu uma das minhas referências pessoais e políticas. Francisco Pinto Balsemão teve uma vida feita de superlativos: foi fundador da democracia portuguesa, foi primeiro-ministro, foi o grande pioneiro da transformação da comunicação social. Mas foi, acima de tudo, também um cidadão sempre comprometido com o país", expôs Carlos Moedas.
Recordando a entrega, em 2023, da Medalha de Honra da Cidade a Pinto Balsemão, o presidente da Câmara de Lisboa apresentou, em nome da cidade, as mais sentidas condolências à família, aos amigos e a todos aqueles que com ele tiveram o privilégio de trabalhar e aprender. "O seu legado permanecerá como inspiração para todos nós", afirmou Carlos Moedas.
Francisco Pinto Balsemão foi fundador, em 1973, do semanário o "Expresso", ainda durante a ditadura, da SIC, primeira televisão privada em Portugal, em 1992, e do grupo de comunicação social Impresa.
Em 1974, após o 25 de Abril, fundou, com Francisco Sá Carneiro e Magalhães Mota, o Partido Popular Democrático (PPD), mais tarde Partido Social-Democrata (PSD). Chefiou dois governos depois da morte de Sá Carneiro, entre 1981 e 1983, e foi, até à sua morte, membro do Conselho de Estado, órgão de consulta do Presidente da República.