Primeira edição é em 2026 e vai realizar-se em simultâneo numa dezena de cidades. Ideia original é do cardeal Tolentino de Mendonça. "Exercícios de empatia" é o tema central.
O Vaticano, através do Dicastério para a Cultura e a Educação, vai organizar uma nova trienal de arte contemporânea. A sua primeira edição está prevista já para 2026, juntando sinergias de várias universidades católicas.
A Art Cut - acrónimo em inglês que vai identificar a Art Triennial of the Catholic Universities - deverá acontecer em simultâneo numa dezena de cidades. A primeira edição terá como tema "Exercícios de empatia".
Nuno Crespo, diretor da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa, no Porto, será o curador-chefe da nova trienal.
Crespo foi convidado para o cargo pelo cardeal José Tolentino de Mendonça, responsável máximo do Dicastério para a Cultura e a Educação, organismo do Vaticano que supervisiona toda a rede de educação católica no mundo, bem como o diálogo da Igreja com a cultura, ciência, arte e tecnologia, como a inteligência artificial.
A iniciativa de criar a trienal Art Cut partiu do próprio cardeal Tolentino, que há três anos foi nomeado prefeito desta espécie de ministério da Santa Sé, criado na reestruturação da Cúria Romana realizada pelo Papa Francisco.
A Trienal de Arte das Universidades Católicas decorrerá em múltiplos espaços expositivos e numa lógica híbrida que inclui plataformas digitais, instalação urbana e colaboração com instituições académicas e artísticas. O programa de curadoria integrará artistas emergentes e consagrados de todo o mundo, desafiando-os a refletir sobre temas contemporâneos.
"A Trienal Art Cut ambiciona ser uma vasta conversa, uma conversa sonhada por sua Eminência, o Cardeal Tolentino de Mendonça, e que se realizará em múltiplas geografias, com uma equipa vasta e em diálogo com diversas instituições," refere Nuno Crespo. "Uma equipa coletiva para um projeto comum onde arte, educação e cultura se relacionam e mostram a sua centralidade no desenvolvimento de sociedades inteligentes, humanas e empáticas," explica.
"O que propomos é uma exposição, espalhada pelo mundo, que reunirá artistas que falam diferentes línguas, que desenvolvem diferentes práticas poéticas, artísticas, culturais, sociais e políticas. Comum a todos eles, é a convicção que a arte serve de veículo para uma conversa global acerca do mundo, do humano, das nossas alegrias e das nossas dores," salienta o diretor da Escola das Artes.