Justiça

PJ investiga seis operacionais dos Bombeiros de Arcos de Valdevez

O quartel dos Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez Foto: Direitos reservados

A Polícia Judiciária de Braga está a investigar seis operacionais dos Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez por causa das escalas para combate a fogos florestais. A sede da associação já tinha sido alvo de buscas na terça-feira.

"Nenhum dos visados foi constituído arguido e muito menos esta associação, pelo que, estando a investigação em curso, até prova em contrário, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez crê na inocência dos seus bombeiros", salienta o comunicado, subscrito pelo presidente, Germano Amorim, esta sexta-feira, após as notícias sobre buscas na sede da associação.


"Em conformidade com o noticiado, a 4 de novembro de 2025, a Polícia Judiciária de Braga encetou buscas nos equipamentos informáticos alocados ao quartel da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez", lê-se na nota. "A diligência levada a cabo não visou nenhum membro da direção da associação", acrescenta, esclarecendo ainda que "a investigação incide sobre seis bombeiros.

Garantindo que a corporação "sempre se regeu pelo princípio da transparência", o comunicado dá conta da cooperação com as autoridades, nomeadamente no que diz respeito ao acesso a computadores.

"É expectável que a documentação a analisar, designadamente escalas de serviço, onde consta o dia, período de serviço, hora de início e hora de fim do serviço, número mecanográfico, o nome a categoria de cada elemento que desempenha funções no âmbito do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR), bem como o relatório de presenças com registo legível do pagamento, comprovativos de pagamento da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), folhas de vencimento dos bombeiros, nomeadamente dos referidos na denúncia, escalas de ECIN [equipa de combate a incêndios], ativações de serviço diário e do DECIR, no período de vigência dispositivo, entre outros, possam estar armazenados em equipamentos informáticos", informa o despacho da juíza de instrução criminal da Comarca de Viana do Castelo.

"Por conseguinte, importa aceder aos dados constantes dos equipamentos informáticos alocados ao quartel dos Bombeiros e bem assim aos telemóveis dos denunciados e beneficiários, com vista à pesquisa e recolha dos mencionados documentos, conversas/mensagens trocadas entre os suspeitos conotados aos ilícitos penais em investigação, assim como as conversas trocadas nas redes sociais Facebook, Instagram, WhatsApp, armazenadas", refere a juíza, deferindo o pedido do DIAP do MP.

Joaquim Gomes