O rei de Espanha, Felipe VI, destacou hoje a necessidade das empresas espanholas ultrapassarem dificuldades que ainda enfrentam na China e apostou na confiança mútua, na abertura e na segurança jurídica entre ambos os países.
Felipe VI inaugurou hoje o Fórum Económico Espanha-China, que conta com a participação de empresas espanholas e chinesas, no primeiro ato da viagem de Estado de três dias ao país, iniciada na cidade de Chengdu, capital da província de Sichuan, no sudoeste do país, onde chegou acompanhado do ministro espanhol da Economia, Comércio e Empresa, Carlos Cuerpo e dos secretários de Estado espanhóis da Indústria, Jordi García, e do Comércio, Amparo López Senovilla.
O monarca espanhol enfatizou, no discurso inaugural do fórum, a crescente complexidade mundial que afeta tanto a estabilidade geopolítica quanto o desempenho das economias, um contexto em que a Espanha, juntamente com a União Europeia (UE), "mantém o firme compromisso com um sistema internacional baseado em regras claras, transparência e respeito da legalidade", essenciais à confiança e ao progresso.
"Se queremos construir uma relação económica sólida e duradoura entre Espanha e a China, devemos fazê-lo com base na confiança mútua, na abertura e na segurança jurídica, onde o comércio e o investimento continuem a ser motores de estabilidade e progresso", sublinhou.
Felipe VI destacou a cooperação entre a Espanha e a China em setores estratégicos como as energias renováveis, o setor farmacêutico, que no país asiático se consolidou nos últimos anos como um dos principais polos de inovação a nível mundial, bem como o setor agroalimentar, onde manifestou o desejo do país continuar a avançar na abertura do mercado.
"Poucas coisas unem mais as pessoas do que a gastronomia e queremos que a China possa descobrir a nossa, da mesma forma que soube apreciar o nosso rico património cultural", ilustrou.
A China é o primeiro parceiro comercial da Espanha na Ásia e o quarto a nível global. O comércio bilateral atingiu quase 53 mil milhões de euros em 2024, com a Espanha a exportar principalmente carne de porco, cobre, produtos farmacêuticos e plásticos e a importar bens de consumo eletrónico, automóveis e maquinaria.
Os investimentos são significativos, com capital chinês em setores como infraestruturas, energia e telecomunicações, e empresas espanholas a investir na China, especialmente no setor do consumo.
A China, a segunda maior economia do mundo, conta com mais de 400 empresas espanholas estabelecidas no país, que é o segundo maior fornecedor mundial da Espanha, depois da Alemanha.