As cidades do Porto e Gaia têm um projeto escolar social de importância extrema. Implementado desde 2013, visa a integração de jovens que, por terem abandonado o sistema educativo, estão em situação de risco de exclusão social e em forte probabilidade de engrossar os números do desemprego, dado não terem cumprido a escolaridade universal e obrigatória, com efeitos nefastos para os próprios e para a sociedade.
Surgindo como um projeto transformador, é uma das últimas oportunidades concedidas a jovens que detêm um baixo nível de escolaridade, para promover a inclusão escolar e socioprofissional, apoiando-os nos seus projetos de vida, que se pretende esperançosa.
O Arco Maior, idealizado por Joaquim Azevedo (um conhecedor máximo do sistema educativo português) e apoiado pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação, é um projeto de excelência, autêntica pedrada no charco numa sociedade cada vez mais egoísta, focada numa doentia meritocracia (?), individualista e promotora de vaidades fúteis e vácuas, onde escasseiam os valores humanistas.
Com uma visão altruísta: "Uma escola democrática e justa não pode abandonar nenhuma criança ou jovem. Quando isso acontece, é crucial que a comunidade se organize para combater esta injustiça e promover a sua inclusão escolar e social. O nosso maior sonho é deixar de existir!".
O Arco Maior é acarinhado por quatro escolas/polos (três do Porto e uma de Gaia), cujos profissionais - professores, técnicos especializados, assistentes operacionais, etc. - se entregam de alma e coração a uma aventura que vale mesmo a pena.
Sob o lema "A cidade responde ao abandono escolar", o projeto beneficia do apoio incondicional de entidades públicas e privadas, devendo continuar a fortalecer a vertente humana da sua ação, sustentada na proximidade, no cuidado, no diálogo, na promoção das capacidades e da autonomia.
Os alunos, formandos, beneficiam de um conjunto de atividades que levam para a vida - cozinha, carpintaria, escultura, jardinagem, pintura, entre outras -, desenvolvendo o autoconhecimento, a criatividade e, essencialmente, encontrando um rumo ao tornear o cómodo fatalismo em que alguns se encostam, desalentados e sem perspetivas de futuro.
Idealmente, o sonho dos fundadores é que esta resposta possa deixar de existir, intenção que esbarra nas desigualdades constatadas logo à nascença, que influem danosamente nos sonhos e projetos de vida, fatalidade que a escola pública, dia após dia, se empenha em contrariar com relativo sucesso, nunca desistindo.