Um sistema de vídeo monitorização da faixa costeira que vai ser instalado na Costa da Caparica, em Almada, pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) vai identificar os riscos de galgamentos costeiros e recuos do mar, mas não vai prever a existência de tsunamis através de uma ligação a satélites europeus.
Em esclarecimento ao JN na sequência da notícia que indicava que este sistema ia prever tsunamis, a APA avançou que não está prevista essa funcionalidade.
"A implementação deste sistema de vídeo-monitorização reveste-se de importância estratégica para a monitorização da faixa costeira, sendo uma ferramenta tecnológica essencial para a gestão sustentável desta zona particularmente sensível, marcada por episódios de erosão com elevado impacto para a população local e sujeita a intervenções periódicas de alimentação artificial", esclarece a APA, que acrescenta que o sistema pode identificar "situações de risco para os utentes, como galgamentos oceânicos, danos nas estruturas de proteção costeira e recuos da linha de costa".
Ao contrário do que foi avançado na notícia publicada pelo JN, que avançava que o sistema vai prever tsunamis através da ligação a satélites da Copernicus, um programa europeu que usa dados de mais de 30 satélites e sensores terrestres e marítimos para monitorizar e prever fenómenos como cheias, em tempo real, a APA esclarece que tal não vai suceder.
"Para viabilizar a instalação da vídeo-monitorização na Costa da Caparica, é necessária a instalação de câmaras num ponto elevado (no caso um poste de iluminação já existente) que assegure também elevada estabilidade posicional (evitando pequenas vibrações, deslocações estruturais ou efeitos de dilatação térmica). Esta instalação foi e está a ser articulada em termos única e exclusivamente operacionais com a C.M. de Almada".