Portugal continental registou esta quarta-feira, entre as 0 horas e as 16 horas, mais de 220 ocorrências associadas às condições meteorológicas adversas, sobretudo quedas de árvores, segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e o município de Lisboa.
Em declarações à agência Lusa, o comandante da ANEPC Pedro Araújo disse que, entre as 0 horas e as 16 horas, se registaram um total 202 ocorrências, balanço que não inclui a cidade de Lisboa.
O Serviço Municipal de Proteção Civil de Lisboa (SMPCL) registou hoje, entre as 9 horas e as 15 horas, um total de 25 ocorrências devido ao mau tempo, pela passagem da depressão Cláudia, com chuva persistente, vento forte e agitação marítima.
Das 25 ocorrências registadas em Lisboa, 15 são de quedas de árvores, quatro de quedas de estruturas, quatro de acidentes rodoviários, uma de queda de revestimento e uma de inundações, indicou à Lusa a diretora municipal da Proteção Civil de Lisboa, Margarida Castro Martins, referindo que a maioria das situações foi nas freguesias do Beato, São Vicente, Benfica, Alcântara e Alvalade.
Uma das ocorrências em Lisboa foi a queda de parte do telhado da estação ferroviária de Santa Apolónia, em resultado do vento forte, caindo sobre várias viaturas, não havendo danos pessoais nem tendo sido afetada a circulação de comboios, segundo fonte da Infraestruturas de Portugal (IP).
Sobre o restante território de Portugal continental, o oficial de operações do comando nacional da ANEPC disse que a maioria das 202 ocorrências registadas ocorreu na região Centro, com 77 situações, Lisboa e Vale do Tejo, com 60, e a região Norte, com 54, referindo que não há informação de qualquer vítima associada às condições meteorológicas adversas.
Por sub-regiões, o comandante Pedro Araújo destacou a Área Metropolitana do Porto, com 24 ocorrências, seguindo-se Coimbra, com 33, e Grande de Lisboa, com 19.
Por tipologia, as ocorrências incidiram, maioritariamente, em quedas de árvores, com 84 situações, quedas de estruturas, com 45, e inundações, com 38, adiantou o responsável da ANEPC.
Quanto aos danos registados, o comandante da Proteção Civil disse que têm a ver sobretudo com elementos de construção temporária e com postos de telecomunicações e de transporte de energia, assim como alguns telhados que foram afetados por fenómenos de vento extremo que ocorreram em algumas localidades, nomeadamente na Grande Lisboa.
Não há registo de pessoas desalojadas na sequência do mau tempo, informou Pedro Araújo, referindo que estas ocorrências estão relacionadas com o vento forte e com a chuva, "que ocorreu em particular da parte da manhã, sensivelmente pela hora de almoço".
Para socorrer a estas 202 ocorrências, segundo dados da ANEPC, foram mobilizados 680 operacionais e 271 veículos.
Na terça-feira, a Proteção Civil pediu à população que adote medidas preventivas face às previsões de chuva, vento e agitação marítima para os próximos dias.
Num aviso à população, a ANEPC advertiu que podem ocorrer inundações e deslizamentos de terras, com o agravamento do estado do tempo em Portugal continental, devido à passagem da depressão Cláudia.
Portugal continental e o arquipélago da Madeira estão sob avisos meteorológicos desde terça-feira, por diferentes motivos - agitação marítima, vento ou precipitação -, em distintos períodos entre hoje e sexta-feira.