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Katseye sofrem com ameaças de morte: "É perturbador"

"Girls band" tem cantoras e bailarinas de várias partes do Mundo Foto: Getty Images via AFP

A banda feminina de pop Katseye tem recebido, desde que foi celebrizada, no ano passado, várias ameaças à integridade física, que se estendem às famílias das artistas. Num dos casos mais graves, Lara Raj, cantora americana de origem indiana, foi alvo de insultos racistas e chegou a ser denunciada ao serviço de imigração dos EUA.

"Tento convencer-me de que não importa, mas quando mil pessoas te enviam ameaças de morte é perturbador", revelou Lara Raj, em declarações à BBC. A jovem de 20 anos explicou ter excluído a rede social X (antigo Twitter) para evitar ler comentários negativos. "As pessoas veem-nos como algo a ser classificado com base na beleza, na habilidade vocal, na capacidade de dança, e depois somam tudo e dão-nos uma nota. É tão distópico", continuou a artista, condenando a natureza sexista de muitos comentários.

Sophia Laforteza, uma das cantoras do grupo, reitera: "A nossa carreira é recente mas sinto que já ouvimos muita coisa, inclusive sobre nós e as nossas famílias. Sabemos que faz parte da fama mas isso não muda o facto de sermos humanas."

Apesar da negatividade, o grupo está a ter um ano incrível. O segundo EP, Beautiful Chaos, alcançou o segundo lugar nos Estados Unidos e a "girls band" foi a cara de um vídeo publicitário da marca de roupa Gap, que viralizou em agosto, acumulando 400 milhões de visualizações.

As seis integrantes, com idades entre os 17 e os 22 anos, tem um caráter verdadeiramente internacional. Daniela Avanzini é uma venezuelana-cubana-americana de Atlanta. Raj é norte-americana de origem indiana e do Sri Lanka, de Nova Iorque. Bannerman é ítalo-ganense de Zurique. Megan Skiendiel é norte-americana de origem chinesa e singapurense, de Honolulu. Laforteza é de Manila, nas Filipinas. E Yoonchae Jeung nasceu e cresceu na Coreia do Sul.

"Orgulhamo-nos muito da diversidade do grupo. A nossa prioridade é mostrar às meninas de todo o mundo que se podem orgulhar das suas origens, independentemente da sua aparência", disse Bannerman à BBC.

Apesar das críticas, Raj encorajou músicos de origens diversas a perseguirem os seus sonhos: "A nossa cor de pele, a nossa cultura é o nosso poder. Usem-no e assumam-no."

Beatriz B. Soares