O presidente da Câmara de Gaia, Luís Filipe Menezes, desafiou a ministra da Saúde a esclarecer os autarcas, profissionais de saúde e cidadãos sobre quais os planos para a ULS Gaia/Espinho, opondo-se "duramente" à sua desvalorização.
Numa publicação nas redes sociais, Menezes disse que "está em debate público uma proposta de um grupo de trabalho do Ministério da Saúde que desvaloriza valências dos hospitais e centros hospitalares de Gaia, Santa Maria da Feira e Matosinhos" e, saindo em defesa da Unidade Local de Saúde Gaia/Espinho (ULSGE), deixou um alerta a Ana Paula Martins.
"Quero aqui deixar um alerta à ministra da Saúde, a quem dou o benefício da dúvida de não ter a ver com os "lobbys" poderosos que continuam a mandar nisto tudo: informe-se senhora Ministra e se faz favor tranquilize de imediato os autarcas, os profissionais de saúde e os cidadãos destes grandes concelhos", lê-se na publicação.
Menezes recorda que "há meses", aquando da nomeação da nova administração da ULSGE existiram boatos, nos quais se nega a acreditar, de que em causa estava "um grupo de pessoas que tinham a incumbência de desvalorizar a oferta de saúde em Gaia".
"Não acreditei nem acredito, no entanto estou à espera de uma resposta vigorosa desses responsáveis", escreve Menezes, repetindo o apelo à ministra da Saúde.
"Informe-se e afirme de imediato que não consentirá nessa decisão sem sentido técnico nem político. Ela é inaceitável e vergonhosa e terá a nossa dura oposição", acrescentou.
Para o presidente da Câmara de Gaia, o caminho para a ULSGE "deve ser o inverso, o de valorizar o maior Centro Hospitalar a sul do Porto".
O autarca, recém-eleito que se candidatou pela coligação PSD/CDS-PP/IL, defende até que este seja transformado num centro universitário em parceria com a Universidade de Aveiro.
"Face à realidade hospitalar devia ser a Faculdade Porto Sul - Gaia, Feira, Aveiro", defendeu.
A eventual desvalorização da ULSGE já foi alvo de críticas por parte do PS de Gaia que agora é oposição na autarquia.
No sábado, o grupo de vereadores socialistas encabeçado por João Paulo Correia emitiu um comunicado no qual também exige respostas.
"A concretizar-se a intenção do Ministério da Saúde, Vila Nova de Gaia perderá valências diferenciadas, o que causará um impacto negativo a milhares de utentes e famílias que serão forçadas a deslocar-se ao Porto para consultas e tratamentos que atualmente fazem na ULSGE", argumentou o PS/Gaia.
Os socialistas lembram os custos diretos, o tempo de viagem e dizem temer que os utentes e famílias percam qualidade na prestação de serviços, falando numa "desclassificação a favor" de hospitais do Porto, nomeadamente o São João e o Santo António.