O piloto português Miguel Oliveira (Yamaha) terminou este domingo a sua participação no Mundial de MotoGP com um 11.º lugar no Grande Prémio da Comunidade Valenciana, 22.ª e última ronda da temporada.
O piloto luso, que em 2026 vai disputar o Mundial de Superbikes com a BMW, concluiu a prova espanhola a 19,304 segundos do vencedor, o italiano Marco Bezzecchi (Aprilia), que bateu por 0,686 segundos o espanhol Raúl Fernández (Aprilia), segundo, enquanto o italiano Fábio DiGiannantonio (Ducati) foi terceiro, a 3,765.
Foi a segunda vitória consecutiva de Bezzecchi, terceira da temporada, pois já tinha vencido na Grã-Bretanha e em Portugal, na semana passada.
Nunca um piloto da Aprilia tinha vencido tantas vezes numa época e, desde 2023, no GP da Catalunha, que dois pilotos com Aprilias não terminavam nos dois primeiros lugares.
Bezzecchi, que largou do primeiro lugar da grelha, manteve a liderança na primeira curva, cavando um fosso seguro para os adversários. Contudo, nas últimas voltas, Raúl Fernández aproximou-se e obrigou Bezzecchi a aumentar o ritmo para se manter a salvo de ataques.
"Diverti-me muito, sobretudo no final, porque o Raúl [Fernández] pressionou. Estou muito satisfeito, não podia esperar uma forma melhor de fechar a temporada", disse o vencedor.
Miguel Oliveira também conseguiu um bom arranque e, no final da primeira volta, já era 14.º após largar da 18.ª posição.
Quem nem chegou a arrancar foi o italo-brasileiro Franco Morbidelli (Ducati), que colidiu com a traseira da Honda do italiano Luca Marini quando alinhavam na grelha de partida.
Após a partida, o francês Johann Zarco (Honda) falhou a travagem para a curva 5 e empurrou o italiano Francesco Bagnaia (Ducati) para a gravilha, de onde já não saiu. O português via-se, entretando, ultrapassado pelo espanhol Maverick Viñales (KTM), que regressou após lesão, tal como o campeão Jorge Martín (Aprilia).
À quinta volta, Miguel Oliveira já era 13.º, subindo a 12.º na sétima volta ao ultrapassar novamente Viñales.
O luso viria a ser passado pelo espanhol Joan Mir (Honda), na 12.ª volta das 27 previstas, mas, a três voltas do fim, replicou a manobra e ainda subiu mais um lugar com a queda do francês Fábio Quartararo (Yamaha), fechando na 11.ª posição.
"Foi uma corrida positiva. Ontem [sábado], sentia-me muito no limite desde o início. Os técnicos conseguiram fazer um pequeno ajuste hoje, senti-me melhor. O arranque já foi muito melhor, consegui recuperar posições e depois encontrar um bom ritmo", explicou o português, que considerou este resultado "um regresso à normalidade".
Oliveira despediu-se da categoria 'rainha' com um 'burn out' junto às boxes, uma manobra em que queimou o pneu traseiro da sua Yamaha.
"O regresso à boxe foi brutal. Levei o pneu até à lona e o pneu começou todo a arder. Foi icónico", descreveu, em declarações à Sport TV.
Na terça-feira, disputam-se os primeiros testes a pensar na temporada de 2026, nos quais já não participa o piloto português.
Por outro lado, a Yamaha anunciou que na próxima temporada irá competir com o novo motor V4.
"Permite parar melhor com a roda traseira, mas falta-lhe muito nas retas. A Yamaha tem de se apressar a fazer um motor mais competitivo", sentenciou Miguel Oliveira.
Com estes resultados, o português fecha o Mundial de MotoGP na 20.ª posição, com 43 pontos, numa competição que já tinha sido virtualmente conquistada pelo espanhol Marc Márquez (Ducati), campeão mundial pela sétima vez, que somou 545 pontos, mais 78 do que o irmão Alex Márquez (Ducati), segundo, e 192 face a Marco Bezzecchi, terceiro.