O Sindicato dos Trabalhadores de Impostos (STI) mostrou "profunda preocupação e indignação" face os recentes disparos contra vidros dos serviços das Finanças, na zona da Grande Lisboa e lamentou a ausência de qualquer reação por parte da administração da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT). Na última semana de outubro, foram registados, pelo menos, quatro destas situações em Lisboa e Cascais.
Os ataques a tiro ocorreram fora dos horários de funcionamento e, tudo indica, a partir de um carro em andamento, causando apenas danos materiais. As autoridades já estão a investigar o ocorrido, suspeitando de que haverá apenas um suspeito.
O STI estranha que, até ao momento, não tenha havido qualquer manifestação pública de preocupação por parte da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) ou implementadas medidas concretas para reforço da segurança. "Estes acontecimentos, de extrema gravidade, vêm agravar o clima de insegurança sentido pelos trabalhadores da AT", lamenta o sindicato através de comunicado..
Segundo dados do STI, o número de agressões contra funcionários tem vindo a aumentar, sendo que, em 2024, "num universo de cerca de 10 mil trabalhadores, mais de metade - concretamente 60% - foi vítima de agressões físicas ou verbais no exercício das suas funções".
Além destes atos violentos, o sindicato denuncia "a degradação progressiva dos espaços físicos da AT, onde se verifica ausência de condições mínimas de segurança, falta de manutenção, equipamentos obsoletos e estruturas inadequadas para o atendimento ao público e trabalho inspetivo".
Perante esta realidade, o STI apela ao Governo "por medidas urgentes e concretas, nomeadamente: o reforço imediato da segurança em locais de risco, a avaliação técnica dos riscos existentes com implementação de protocolos de emergência, e a adequada formação dos quadros técnicos da AT para prevenir, mitigar e reagir, quando necessário, a estas situações"
Por fim, o sindicato considera inadmissível que trabalhadores da AT exerçam funções em ambientes vulneráveis e sem garantias mínimas de proteção. "Trabalhar com medo não é trabalhar com dignidade. As funções tributárias e aduaneiras são por natureza complexas e o exercício de funções de autoridade não é compatível com o clima de permanente insegurança, conclui a estrutura sindical", frisa o STI.