Justiça

Rede usava lavandaria como local de receção e venda de droga

GNR de Braga pôs termo a rede de tráfico de droga Foto: Paulo Jorge Magalhães / Arquivo

Uma lavandaria, situada na Lage, em Vila Verde, era o centro nevrálgico de uma rede de tráfico de cocaína e haxixe, composta por dez pessoas. Desfeita pela GNR de Braga em maio, mês em que seis dos arguidos foram postos em prisão preventiva, a rede foi agora acusada pelo Ministério Público de Famalicão.

De acordo com a acusação, os crimes de tráfico eram cometidos, desde 2024, a partir de uma residência em Padim da Graça, arredores de Braga, onde o principal arguido Rafael Cunha, de 26 anos, recebia consumidores e lhes vendia cocaína e haxixe. Também distribuía o produto por outros arguidos que com ele operavam na redistribuição. Mas o MP ainda salienta que as drogas eram comercializadas a partir de uma lavandaria na Lage, Vila Verde, propriedade da família. Os abastecimentos, sempre num mínimo de dois quilos, eram realizados maioritariamente junto da lavandaria, que se tornava assim no centro operacional da rede.

O MP precisa que os pagamentos eram feitos pelo sistema bancário MBWay e que Rafael Cunha era o responsável pela cadeia de tráfico, auxiliado por cinco homens e quatro mulheres. "Procedia à compra de estupefacientes e, de imediato, à sua dispersão para os guardar em diversos locais através de indivíduos distintos, seus colaboradores diretos", explica o MP, que garante que estes "permaneciam na casa por curto espaço de tempo e transportavam "volumes" nos bolsos das calças, casacos e junto à zona genital".

O edifício estava equipado com duas câmaras de videovigilância: na parte frontal e na lateral, para observar em direto os movimentos no exterior.

O "chefe" do grupo recorria a plataformas de comunicação, tais como WhatsApp, Instagram, Messenger e Teleguard, sendo que esta última plataforma de comunicação, sublinha a acusação, "oferecia maior segurança e proteção nas comunicações" anónimas.

O JN contactou o advogado do principal arguido, e da sua ex-companheira, João Ferreira Araújo, que disse que tentará demonstrar que os factos não são os relatados na acusação.

Luís Moreira