O autorretrato surrealista "O Sonho (A Cama)", da pintora mexicana Frida Kahlo, que vai a leilão em Nova Iorque esta quinta-feira, está à beira de um recorde: tornar-se a obra de arte mais valiosa alguma vez criada por uma mulher.
A Sotheby's, em Nova Iorque, descreve a pintura "O Sonho (A Cama)" como uma das "mais comoventes" e "impactantes" da produção artística de Frida Kahlo, que morreu em 1954, com 47 anos.
A leiloeira prevê que o quadro pintado em 1940 seja arrematado por um valor entre os 40 e os 60 milhões de dólares (34,6 a 42 milhões de euros).
Atualmente, a artista norte-americana Georgia O'Keeffe e a sua pintura "Jimson Weed/White Flower n.º 1" detêm o recorde da obra monetariamente mais valiosa de uma mulher, tendo sido vendida por 44 milhões de dólares (38,1 milhões de euros).
Além disso, se o quadro "O Sonho (A Cama)" render mais de 34,9 milhões de dólares (30 milhões de euros), tornar-se-á no mais caro da artista mexicana.
Kahlo pintou o autorretrato durante um período particularmente turbulento da sua vida, quando a sua saúde se deteriorou nesse ano devido à poliomielite e às complicações de um acidente de autocarro sofrido em 1925.
A artista mexicana evoca a morte na pintura, retratando-se adormecida numa cama de madeira, envolvida numa manta dourada bordada com videiras e folhas.
Por cima da cama, encontra-se um esqueleto em tamanho real, enfeitado com dinamite, segurando um ramo de flores e repousando sobre almofadas.