Cristiano Ronaldo marcou um golo de pontapé de bicicleta ao serviço do Al Nassr, no domingo, e chegou aos 954 golos de uma carreira recheada de conquistas. O feito histórico dos mil golos torna-se cada vez mais realista. A viagem iniciou-se frente ao Moreirense, em 2002, num momento que reviveu recentemente numa entrevista.
O Al Nassr recebeu e bateu o Al Khaleej, no Mrsool Park, em Ríade, por 4-1, prevalecendo assim numa liderança invicta na liga saudita. No entanto, o grande momento do encontro ficou guardado para o final. No último minuto de compensação, Cristiano Ronaldo, de 40 anos, subiu ao segundo andar e marcou um golo de bicicleta, com uma execução exímia. Um gesto técnico irrepreensível e capaz de inspirar os mais jovens.
De imediato, muitos recordaram o golo marcado pelo Real Madrid frente à Juventus, em 2018, que deixou o lendário Buffon pregado ao relvado. Após o jogo, Jorge Jesus foi um dos que pegou na chave para abrir o baú. "Cristiano marcou um golo maravilhoso, foi como o golo que marcou pelo Real Madrid contra a Juventus na Liga dos Campeões. O seu contributo nunca acaba, dentro e fora de campo", referiu o técnico português.
Um momento especial para assinalar o golo 954 em 1300 jogos na carreira, que vai alimentando cada vez mais a meta histórica dos 1000 golos.
Pelos mais diversos sítios por onde passou, o internacional português tem deixado sempre a garantia de golos e, consequentemente, triunfos. Na seleção portuguesa, o capitão das quinas já anotou 143 golos em 226 jogos, sendo assim o maior marcador da história por seleções.
Já nos clubes, na grande maioria deles, ultrapassou sempre a meta dos 100 tentos. Apenas não conseguiu no Sporting, onde iniciou a carreira de sénior e realizou apenas 33 jogos. Ou seja, ao todo são cinco pelos leões, 101 pela Juventus, 110 pelo Al Nassr, 145 pelo Manchester United (combinado das duas passagens) e 450 pelo Real Madrid, onde detêm o recorde de maior marcador da história do gigante espanhol.
Um trajeto que começou bem cedo, aos 17 anos, com dois golos frente ao Moreirense, no longínquo ano de 2002. O primeiro deles até comentou recentemente numa entrevista concedida a Piers Morgan. "Devias ver o golo. O primeiro? Foi um golo inacreditável. Este foi o momento em que as pessoas começaram a dizer: "Escutem, este rapaz vai ser um grande jogador". Foi um grande boom para mim", atirou.
Um cartão de visita para o que estaria por vir, dentro em breve, num dos vários destaques que consagrou uma carreira. Pelo caminho, ganhou ainda um "Puskas", em 2009, num remate fora da rua ao serviço do Manchester United, frente ao F. C. Porto, nos quartos da Champions, em pleno Estádio do Dragão. Um golo fabuloso e amplamente decisivo, uma vez que garantiu o 3-2 no agregado para os red devils e o respetivo bilhete de ouro para a fase seguinte da prova.
A vitrine está cheia de conquistas, mas Cristiano Ronaldo não tem tempo a perder em olhar para o passado e prossegue a todo o vapor rumo ao número redondo dos 1000 golos. Precisa ainda de 46, contudo, ao ritmo que leva tudo parece possível para o goleador português.