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Mendes e Ventura: Justiça e combate à corrupção num debate quase monotemático

Foto: Tomás Almeida_DivulgaçãoSIC

Marques Mendes garantiu que primeiro conselho de Estado que presidir será dedicado à reforma da Justiça. Ventura diz que é só "conversa.

Luís Marques Mendes levou uma proposta para o debate com André Ventura: garantiu que o primeiro Conselho de Estado que presidirá se for eleito para Belém será sobre a reforma da Justiça e o combate à corrupção. O líder do Chega respondeu que não é uma conversa de "dez horas" que mudará o país. E insistiu que é preciso aprovar o confisco dos bens.

O debate, na SIC, foi quase monotemático, completamente dominado pela Justiça e combate à corrupção. Marques Mendes começou o frente a frente ao ataque. Na primeira intervenção, a propósito da cerimónia do 25 de Novembro, e a retirada dos cravos vermelhos pelo líder do Chega, acusou Ventura de ser um falso candidato a presidente, de se contradizer constantemente e de não ter sentido de Estado. O debate resvalou rapidamente para as declarações do presidente de Angola sobre o "esclavagismo" do colonialismo português.

"O meu sentido de Estado é amar este país", respondeu Ventura na sua defesa, alegando sentir-se farto de estar "rodeado de corruptos". Marques Mendes atirou a o líder do Chega que ele "é político, não polícia, magistrado ou xerife da República". E sacou da carta da proposta do Conselho do Estado. Antes, garantiu, vai ouvir o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, o Procurador-Geral da República e o diretor da Polícia Judiciária. Os temas prioritários serão o combate à morosidade, às manobras dilatórias, ao preço da defesa - "há justiça para ricos e para pobres" - e o corporativismo excessivo do Ministério Público.

A muleta e a cassete

"É preciso acabar com diagnósticos e ter ação", insistiu Marques Mendes. Ventura acusou-o de estar ao lado das elites e intensificou o contra-ataque, acusando o adversário de ser "muleta" do Governo e ter "zero independência".

Mendes frisou que enquanto líder do PSD afastou das listas autarcas com problemas na Justiça. Clara de Sousa questionou o que os dois fariam se tivessem de tomar posição em relação a um primeiro-ministro sob suspeita, Mendes não se pronunciou sobre cenários. Ventura disse que um primeiro-ministro tem de "dar explicações na Justiça".

O candidato apoiado pelo PSD terminou a acusar Ventura de ser "uma cassete" e de recorrer a ataques pessoais para "disfarçar a ausência de propostas concretas". Ventura fechou com um "trunfo": citou declarações de Mendes de o BES estar bem antes da queda do banco.

Alexandra Inácio