O treinador do F. C. Porto, Francesco Farioli, não se fia na crise do Nice que joga, esta quinta-feira, no Dragão para a quinta jornada da Liga Europa. Os franceses ainda não somaram pontos na UEFA e sofreram uma goleada em Marselha, no campeonato, mas o técnico lembra a cultura do emblema gaulês que treinou em 2023/24.
"O Nice merece respeito, é uma boa equipa, treinada por um dos melhores treinadores franceses da última década, que esteve quase a ser campeão pelo Lens contra o PSG. Neste momento atravessa algumas dificuldades, mas isso não significa fragilidade da equipa. São muito fortes nas transições e na pressão. Vai ser um jogo aberto entre duas equipas que querem ganhar", destacou Farioli.
O Nice chega à Invicta após ser goleado, em casa (1-5), pelo Marselha, na Ligue 1, mas Farioli entende que o resultado não mostra a história do jogo: "O estilo deles é jogar de forma agressiva, é mesmo parte da cultura do clube. No Dragão vamos ver duas equipas a pressionar muito. O resultado com o Marselha foi pesado, mas o Nice podia ter marcado dois ou três golos na primeira parte. A derrota não lhes vai mudar o estilo e a verdade é que foi um resultado injusto".
Feliz por poder contar com os recuperados Bednarek, Froholdt e Luuk de Jong, o treinador italiano foi questionado sobre a possibilidade de usar Gabri Veiga e Rodrigo Mora em simultâneo, preferindo destacar o espírito que se vive no balneário dos dragões.
"A possibilidade existe, tenho isso na cabeça desde o início da época, mas é preciso esperar pelo jogo certo. O mais importante é a equipa ser competitiva para ganhar jogos. O espírito no balneário é esse: todos dão tudo e o Samu [também presente na conferência de imprensa] até já viu dois amarelos por festejar golos dos colegas, um deles do Luuk, que é concorrente pela posição. Até fiquei chateado com ele no momento, mas gosto desse espírito", destacou.
"A identidade e o que queremos ver no campo é igual contra todos os adversários. Depois há jogos no campeonato e na Liga Europa em que o tipo de partidas muda. O que temos de fazer é adaptarmo-nos aos momentos, entendendo onde está a superioridade. Estas microssituações transformam as partidas. O duelo de amanhã vai ser decidido em detalhes, pela forma como gerimos transições e o Nice vem lutar com tudo o que tem", acrescentou.
O calendário dos portistas vai apertar ainda mais em janeiro, com Farioli a admitir que são ossos do ofício: "É o desafio de todos os treinadores de todas as grandes equipas. Se fizermos um bom trabalho, temos 30/32 jogos pela frente e de três em três dias. Isso torna ainda mais importante o treino invisível, que é o que eu chamo ao que se passa fora do relvado: como dormimos, como comemos. Por isso também estou muito contente com o desempenho da equipa. A palavra-chave é trabalho".
O técnico abordou ainda o facto de Portugal disputar, amanhã, a final do Campeonato do Mundo de sub-17, numa seleção onde estão cinco jogadores do F. C. Porto. "Vai ser uma grande oportunidade para eles viveram uma experiência incrível e poderem celebrar um título mundial. É incrível o F. C. Porto ter lá cinco jogadores, dois já treinaram com a equipa principal e estamos muito felizes por eles", referiu.