O pacote laboral, o crescimento da extrema-direita e a Justiça foram os principais temas do debate entre os candidatos presidenciais Henrique Gouveia e Melo e Jorge Pinto. A convergência entre ambos esteve presente ao longo do confronto.
Sobre a proposta de alteração da lei laboral, Jorge Pinto revelou que, se fosse presidente da República, a vetaria, acrescentando que "há pontos que levantam dúvidas constitucionais". Já Gouveia e Melo defende que as mudanças "alteram o núcleo dos direitos conquistados e não flexibilizam a economia".
Passando à ascensão da extrema-direita, o almirante pede aos "partidos tradicionais" para fazerem uma reflexão sobre o motivo de terem perdido eleitores. Por seu lado, o candidato apoiado pelo Livre alerta para a necessidade de confrontar este fenómeno.
Quanto à Justiça, a morosidade do processo de José Sócrates veio à baila e ambos concordam que é preciso reformar o setor. Jorge Pinto salienta que é "insustentável um processo estar a ser julgado há mais de dez anos". Gouveia e Melo pede que se faça justiça "demore o tempo que demorar"
Frases marcantes do debate
Jorge Pinto, candidato apoiado pelo Livre:
"As cem propostas do pacote laboral pioram os direitos dos trabalhadores e das famílias.
"Defendo a liberdade económica. O debate sobre o tema não se devia resumir aos setores público e privado"
Henrique Gouveia e Melo, candidato independente:
"Temos a economia e o sistema estagnados desde 2008. Marcelo tentou fazer o melhor que podia, em condições difíceis"
"Estou muito contente com a Constituição e não há necessidade de grandes alterações"