Mundo

"A busca por soluções continua". Conversações entre Kiev e EUA "não foram fáceis"

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, esteve presente no encontro Foto: Nathan Howard/AFP

As negociações entre responsáveis ucranianos e norte-americanos sobre o plano de Washington para encontrar uma solução para a guerra na Ucrânia não foram fáceis, avançou este domingo uma fonte próxima da delegação ucraniana à agência France-Presse (AFP).

"O processo não é fácil porque a busca por soluções continua", disse a fonte, referindo, no entanto, que a discussão foi "construtiva" e que "todos desejam um resultado concreto para ter matéria para negociações futuras entre os Estados Unidos e a Rússia".

Enviados de Kiev e representantes norte-americanos estiveram hoje reunidos na Florida, nos Estados Unidos (EUA), para discutir o plano de paz impulsionado por Washington para a guerra na Ucrânia, iniciada pela Rússia em fevereiro de 2022.

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, o enviado especial da Casa Branca, Steve Witkoff, e Jared Kushner, genro do Presidente Donald Trump, estiveram presentes na reunião.

A delegação da Ucrânia foi liderada pelo secretário do Conselho para a Segurança da Ucrânia, Rustem Umerov.

Outra fonte adiantou à AFP que os norte-americanos, durante as discussões, queriam que "os pontos finais (do plano) fossem acordados e pudessem ir para Moscovo".

"A formulação dos pontos é complicada, principalmente no que diz respeito aos territórios porque os norte-americanos se veem exclusivamente como mediadores e não como uma parte" que apoia Kiev, acrescentou esta outra fonte.

"Por isso, encontrar uma formulação aceitável é problemático", continuou, insistindo que todos estão a tentar ser construtivos e encontrar uma solução.

A mesma fonte afirmou ainda que os representantes norte-americanos estavam a exercer "alguma pressão" sobre os negociadores ucranianos para que aceitassem um acordo.

Há 10 dias, os EUA apresentaram um plano de 28 pontos destinado a pôr fim ao conflito desencadeado pela invasão da Ucrânia pela Rússia.

O plano de paz de Washington divulgado em meados de novembro, que incluía as principais exigências de Moscovo, foi inicialmente bem acolhido pelo Kremlin, mas sofreu alterações no seguimento de negociações entre norte-americanos, ucranianos e europeus em Genebra, Suíça.

A versão inicial do plano levantou fortes preocupações em Kiev por incluir medidas como a cedência de territórios, a redução das Forças Armadas ucranianas e a renúncia à adesão à NATO.

Reunião foi produtiva, mas ainda há "muito trabalho a fazer"

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, afirmou este sábado que o encontro com representantes ucranianos foi "produtivo", mas reconheceu que ainda há "muito trabalho a fazer" na procura de um acordo de paz.

"Ainda há muito trabalho a ser feito, mas a reunião de hoje [domingo] foi muito produtiva e útil", disse o chefe da diplomacia dos Estados Unidos aos jornalistas, no final da reunião com os representantes ucranianos, na Florida, na qual foram discutidos os termos de um possível acordo de paz entre a Ucrânia e a Rússia.

"Acredito que fizemos progressos adicionais", acrescentou.

JN/Agências