Um tribunal iraniano condenou os Estados Unidos a pagar 22 mil milhões de dólares (cerca de 19 mil milhões de euros) em indemnizações por apoio aos protestos de 2022 no Irão, anunciaram esta terça-feira as autoridades judiciais.
O porta-voz do poder judicial iraniano, Asghar Jahangir, denunciou que "a influência dos Estados Unidos é evidente em muitos crimes cometidos no Irão", incluindo nos acontecimentos desencadeados após a morte da jovem Mahsa Amini, após ter sido detida por violar o código de vestuário, que provocaram as maiores manifestações desde 1979 naquele país do Médio Oriente.
Jahangir declarou que Washington foi condenado por ter fornecido "apoio material e moral" aos manifestantes, sem especificar a data em que a sentença foi proferida.
Os protestos de 2022 resultaram em centenas de mortos, entre civis e membros das forças de segurança, e milhares de detenções, que Teerão classificou como "tumultos" instigados por potências estrangeiras.
Jahangir acusou também Estados Unidos e Israel de terem explorado tensões internas no país, contribuindo para vítimas civis e danos materiais.
Durante os protestos, Washington mostrou apoio público aos manifestantes, o que Teerão interpretou como ingerência.
O anúncio surge meses depois de Israel ter lançado um ataque surpresa contra infraestruturas estratégicas iranianas, que provocou dezenas de mortos e desencadeou uma guerra de 12 dias entre os dois países.
Nesse período, os Estados Unidos bombardearam instalações nucleares iranianas, segundo Teerão, que acusou ambos os países de procurarem desestabilizar a República Islâmica.
Em 2023, um outro tribunal iraniano ordenou que Washington pagasse quase 50 mil milhões de dólares (cerca de 40 mil milhões de euros) pelo assassínio do general Qassem Soleimani, morto num ataque norte-americano no Iraque em 2020.