Carlos Condesso considera penalizadora a possibilidade de oito distritos ficarem sem jornais e revistas em papel. O autarca de Figueira de Castelo Rodrigo, que preside à Região Beiras e Serra da Estrela, avisa que o Interior não pode ser abandonado e defende que a informação continua a ser um direito essencial.
A possível redução da distribuição diária de jornais e revistas no Interior pela VASP está a juntar vozes de protesto de várias regiões afetadas. Na região Beiras e Serra da Estrela, o presidente da Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo e da Comunidade Intermunicipal (CIMRBSE), Carlos Condesso, lamenta que o Interior volte a ser o primeiro alvo. "Eu considero penalizadora esta possibilidade para territórios de baixa densidade", afirma, sublinhando que as pessoas que ali vivem "também são portugueses de primeira".
Carlos Condesso reforça que o acesso aos jornais continua a ser fundamental para milhares de leitores. "A informação é um bom instrumento para a literacia e também se trata de um direito confissional", nota, defendendo que ninguém pode ser excluído deste direito básico.
Não há distâncias que justifiquem desigualdades
O líder da CIMRBSE rejeita que as distâncias justifiquem os cortes. "Hoje em dia não é tão longe como era há anos, temos boa rede viária, autostradas, já se percorre o país todo mais rapidamente. As distâncias são muito menores e aquilo que foi o corte das portagens também veio diminuir os custos da distribuição.", sublinha. E conclui: "Portugal é tão pequeno, do Interior para o litoral estamos a falar de cerca de duzentos quilómetros."
Carlos Condesso diz não conhecer os detalhes da situação financeira da distribuidora, mas insiste que o Interior "não pode ficar ao abandono". "Tem de haver solução, tem de haver bom senso, e mecanismos que respeitem as questões concorrenciais", defende, acrescentando que os municípios estão unidos "para que a imprensa chegue a cada cidade, a cada vila, a cada rua" dos distritos ameaçados.
Apesar das preocupações, mantém o otimismo: "Para tudo há solução, menos para a morte, por isso acredito que, com bom senso, se encontrará uma solução."