Economia

Empresa que fazia bancos para a Autoeuropa fecha portas e deixa 300 pessoas sem emprego

Apenas 60 trabalhadores foram integrados na nova fábrica que vai produzir assentos para a Autoeuropa Foto: Fernando Veludo/Lusa

A Vanpro, fábrica que produzia bancos para os veículos da Autoeuropa desde que esta se instalou em Palmela, encerrou na segunda-feira e deixou 300 funcionários sem emprego. A comissão de trabalhadores refere que havia um acordo para a admissão de 125 trabalhadores na nova fábrica que ganhou o concurso para o fabrico dos novos bancos, mas que apenas cerca de 60 foram integrados. Muitos não o fizeram por escolha própria.

De acordo com Sónia Almeida, coordenadora da Comissão de Trabalhadores da Vanpro, os trabalhadores entram oficialmente no desemprego em fevereiro, sendo que até lá "há esperança que sejam integrados noutras fábricas do Parque Industrial de Palmela ou até em diferentes ramos de trabalho que não o fabril".

"São pessoas que sempre desempenharam a função da forma mais profissional possível, desde o primeiro banco produzido para a Volkswagen até ao último, o que aconteceu ontem, segunda-feira, e qualquer empresa vai ter muita sorte em empregá-las", afirma Sónia Almeida.

O anúncio do encerramento da Vanpro foi conhecido em setembro de 2023 quando a fábrica perdeu o concurso para o fabrico dos bancos para o novo híbrido T-Roc a ser produzido na Autoeuropa. A nova empresa, Brose-sitech, que conta com uma participação de 50% da própria Volkswagen, emprega cerca de 350 trabalhadores. De acordo com Sónia Almeida, houve um acordo para a integração de 125 trabalhadores da Vanpro na nova fábrica, embora apenas 60 o tenham feito. "Outros saíram para outras empresas e até mudaram de ramo", diz.

Os trabalhadores que permaneceram até ao último dia na fábrica, e que vão continuar para limpar o espaço que será desmantelado, chegaram a um acordo com a administração da empresa que a comissão de trabalhadores diz ter sido o pedido. "A administração acordou numa indemnização de 1,2 salários por cada ano de trabalho - quando por lei seria entre 0,4 e 0,6 salários - e ainda um prémio de 900 euros". Os trabalhadores agora afetados pelo despedimento coletivo são na maioria homens. Cerca de 90% são contratados, um terço com cerca de 30 anos de trabalho e outro terço com mais de 15 anos.

Rogério Matos