A Irmandade de São Crispim e São Cipriano, em Guimarães, vai ser condecorada por Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém, na próxima terça-feira, dia 30. Entre outras atividades, a instituição centenária, com sede no centro histórico de Guimarães, oferece uma ceia de Natal aos mais pobres, de forma ininterrupta, há 710 anos.
A Irmandade de São Crispim e São Cipriano vai ser distinguida pelos relevantes serviços sociais prestados à comunidade, entre os quais se destaca a ceia de Natal servida aos mais carenciados e aos que se encontram sozinhos, desde o ano de 1315.
No pequeno albergue, atrás da capela de São Crispim, com frente para a rua da Rainha, cabem cerca de 50 pessoas sentadas em bancos corridos. No andar superior, ao lume, em grandes panelas, faz-se o bacalhau, com batatas cozidas e couves. Atualmente, aparecem cerca de 100 pessoas e são precisos dois turnos para servir toda a gente.
É tudo feito por voluntários e, se no passado eram só os desvalidos que compareciam para comer a ceia, agora também aparecem pessoas que estão sozinhas. Para quem não se quer expôr - até porque, na noite de consoada, pelo albergue passam sempre políticos e jornalistas -, a Irmandade embala a comida para levar.
Para Dário Silva, juiz da Irmandade, o reconhecimento do presidente da República constitui "uma honra e um orgulho para a instituição". O responsável destaca o carinho da comunidade vimaranense por um projeto social distintivo da Irmandade, realçando a importância patrimonial do seu conjunto edificado para a consolidação dos valores do Centro Histórico e Zona de Couros classificados pela UNESCO com o título de Património da Humanidade.