Política

PS e PSD chumbam generalização da prescrição de medicamentos por substância activa

PS e PSD chumbaram, esta quarta-feira, a generalização da prescrição de medicamentos por substância activa, com as restantes bancadas a acusar os sociais-democratas de ceder aos interesses da indústria.

O texto final apresentado pela comissão parlamentar de Saúde resultou da junção dos diplomas do CDS-PP e do PSD, que optou por votar contra por não concordar com as excepções previstas no texto final, segundo afirmou a deputada social-democrata Clara Carneiro.

"O CDS pretendeu que o médico apenas pudesse impedir a substituição do medicamento em situação de doença aguda, deixando de fora todos os doentes que carecem de tratamento continuado e os doentes polimedicados", argumentou a deputada.

Para o PSD, acrescentou, "os doentes que têm que tomar determinados medicamentos em períodos prolongados não podem ser colocados em risco de confusão terapêutica".

No debate, a deputada do CDS-PP Teresa Caeiro considerou que a situação é "insólita" já que o PSD "de um dia para o outro" alterou a sua posição sobre um diploma que ajudou a construir.

O deputado do BE João Semedo considerou igualmente que a posição do PSD "é mais que insólita" e acusou o PSD de ceder aos "interesses da indústria farmacêutica e da Ordem dos Médicos".

O líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, considerou que a alteração do PSD é "uma cambalhota antecipada".

"Já tínhamos visto um partido mudar de posição quando vai para o Governo. Agora vemos um partido, que não sabemos se vai para o Governo, esperemos que não, a desdizer-se. É uma cambalhota antecipada do PSD", acusou.

Redação