Sérgio de Andrade

O INE nunca ouviu falar nos Correios?

Quando recebi os impressos para responder àquilo que o Censos 2011 quer saber sobre mim, tratei de procurar a direcção para a qual devia devolver a papelada devidamente preenchida. Não havia direcção nenhuma! Convidavam-me a responder via Internet "ou em papel". Mas o que faria do papel? Aparentemente, seria contactado por um recenseador, que o receberia. E se eu não estivesse em casa?

E aqui desembocamos no erro em que as instâncias oficiais da actualidade incorrem quase sempre e que é partirem do princípio de que toda a gente tem computador e que, tendo-o, tem dinheiro que chegue para pagar a ligação à rede. O Instituto Nacional de Estatística não está com meias medidas: quem quiser responder às perguntas do Censos 2011, de preferência que vá navegar na Net, pois estar à espera de que um recenseador lhe bata à porta pode acontecer nunca.

Nem sequer se diz expressamente que os impressos podem ser entregues em juntas de freguesia, embora exista uma vaga referência a esses organismos. De qualquer modo, a Junta pode ficar muito longe...

Apetece perguntar ao INE se alguma vez ouviu falar numa entidade chamada Correios, também conhecidos pela sigla CTT. Cabe na cabeça de alguém que não haja a possibilidade de meter os impressos num envelope e o meter em qualquer marco do correio?

Decididamente, este país anda com a mania das grandezas e parte do princípio de que a quase totalidade dos portugueses tem computador, sabe trabalhar com ele e trata por tu a Internet. Pois não é verdade que o próprio presidente da República, em vez de falar connosco com mais frequência, nos remete para o seu Facebook?! E quantos portugueses não haverá ainda que se perguntarão a si mesmo que raio vem a ser isso do Facebook?...