Os empresários da Galiza estimam uma quebra que pode chegar aos 10% nas exportações para Portugal, especialmente nas indústrias têxtil e alimentar, depois da introdução de portagens nas antigas SCUT do Norte.
Os números foram divulgados em Santiago de Compostela, na quinta-feira, num encontro sobre mobilidade transfronteiriça organizado pela Confederação de Empresários da Galiza (CEG), pelo director de Relações Externas daquela região autónoma espanhola.
Segundo informou Jesús Gamallo, citado por uma nota do CEG a que a Lusa teve acesso, as portagens estão a afectar "de forma séria" a relação comercial entre as duas regiões, tanto mais que as quebras nas exportações galegas para Portugal "cifram-se entre cinco e 10 %".
A situação é "agravada" pelo facto de as exportações para Portugal representarem 1,5% do Produto Interno Bruto galego e 16% do total da produção, sublinhou o responsável do Governo Regional da Galiza.
Têxtil, indústrias alimentares, pesca e metalurgia serão, segundo Gamallo, os sectores mais afectados pelas portagens nas antigas SCUT do Norte de Portugal, que entraram em funcionamento a 15 de Outubro de 2010.
A título de exemplo, apontam o caso do têxtil, com uma quebra que pode chegar aos 2%, mas num sector em que 20% da produção tem Portugal como destino.
Na origem destas quebras os responsáveis galegos apontam o "aumento dos custos logísticos" e a diminuição dos "clientes potenciais".