Sérgio de Andrade

Ao intervalo... empate (36-36)

Faltam cinco dias para ficarmos a saber como termina o desafio entre PS e PSD e no qual está em disputa um troféu chamado Taça da Governação. Neste momento, estamos perante um empate (ao intervalo, 36-36, parece um jogo de basquetebol...) que teima em se manter, mais umas décimas para um, um dia, mais umas décimas para o outro, outro dia. Há, nas sondagens, resultados para todos os gostos, mas só uma réstia de suspense: é saber se Passos Coelho, se José Sócrates, vai ser convidado a formar governo.

Surpresas, surpresas, só aconteceriam se os 25% de indecisos se virassem todos para o mesmo lado, à boca das urnas - o que é uma total improbabilidade. O ideal seria poder-se dividir o voto por vários partidos. Por exemplo, do programa do PSD agradou-me a promessa de reduzir o número de ministros, secretários de Estado, deputados e outros esforçados servidores da Nação, acabar com os governadores civis, reduzir o número de fundações, institutos e quejandos, emagrecer o número desses preciosos colaboradores que se chamam assessores, consultores, adjuntos, etc. e tal (numa palavra - boys...). Por aí, não me importava de dar 36% do meu voto ao dr. Passos Coelho, mas teria o cuidado de garantir os mesmos 36% para o eng.º José Sócrates, que me garante defender com unhas e dentes o Serviço Nacional de Saúde, a escola pública gratuita - o Estado social, enfim. Toda esta estapafúrdia ideia minha nasce da necessidade de corresponder com a caricatura à caricatura que é a eleição de 5 de Junho. Porque, como ninguém duvidará, quem já venceu e governará o país será a famosa troica e o nosso novo (ou mesmo) primeiro-ministro não passará de uma espécie de gestor de conta.

Quanto a saber de quem é a culpa de termos chegado a este ponto -- passo. A culpa é do eng.º Sócrates, pela sua má governação - na opinião do dr. Passos; ou, na opinião do eng.º Socrates, é do dr. Passos, por não ter deixado passar o PEC IV. E a gente que os ature! (um deles vai ter de aturar, de certeza...)