Porto

Os artistas do grafito e rap do S. João no JN

Send e Bezegol Rui Olivera/Global Imagens

Há mais de dez anos que Send (nome artístico de Fábio Machado) começou a grafitar. Da mera experiência à paixão foi um pulo e hoje é disso que o jovem, natural do Marco de Canaveses, tenta "levar a vida".

"Nem sempre é fácil, mas tenta-se", desabafa Send, de olhar fugidio. A timidez, essa, só é ultrapassada em frente à parede branca. Como uma tela. Mas antes da criatividade ser posta à prova, Send passou algum tempo a estudar o desenho que iria retratar.

Dentro do saco, carregado de sprays, Send abriu um caderno onde fez alguns esboços. O writer, que estudou na Cooperativa Árvore, confessou que inspirar-se no S. João "foi um desafio", mas que o encarou "como outro qualquer". De resto, Send costuma receber propostas das mais variadas. De um painel em alusão a Carmen Miranda, por altura do seu centenário, a um mural na garagem do amigo. O rigor, esse, é verosímil.

O rap no sangue

Para Bezegol, o rap está-lhe no sangue como herança de ter crescido num bairro. O da Pasteleira, no Porto, mais conhecido como o "das torres vermelhas", o bairro que lhe serviu de inspiração para a criação do grupo "Red Towers Clã" quando se afirmou na música .

O músico e compositor lembra-se de que a sua primeira gravação surgiu em 1999. No entanto, era ainda "puto" quando se sentiu atraído por aquele estilo de música. "Vivia-se a febre dos iô-iôs e do breakdance e como não tinha jeito para dançar acabei a rappar", contou Bezegol.

Aos 37 anos, e com uma agenda de concertos "bastante preenchida" - no próximo dia 18 actua na Casa da Música, no Porto - o artista fala de "como o panorama do hip hop cresceu". "Antigamente, o rap era coisa de marginal, mas felizmente hoje as coisas estão diferentes", assumiu Bezegol, que tem como grandes referências musicais José Afonso e Fausto.

Redação