Brasil

Rio vai qualificar jovens carenciados para entrarem no mercado de trabalho

A Prefeitura do Rio de Janeiro lançou, terça-feira, um programa de qualificação que pretende formar cinco mil jovens de zonas carenciadas para poderem concorrer aos novos postos de trabalho que estão a ser criados na cidade.

O projecto é uma parceria entre os governos municipal e federal e receberá investimentos na ordem dos 10 milhões de reais (aproximadamente 4,4 milhões de euros).

A intenção do governo é "mapear" as regiões que estão a receber os maiores investimentos e criar cursos profissionalizantes para dar resposta às necessidades de trabalho.

"Pretendemos tirar uma fotografia do que está acontecendo no mercado de trabalho e também da situação do desemprego, para conhecer melhor quem são essas pessoas que estão buscando e não estão encontrando emprego e também o por quê", afirmou o ministro do Trabalho, Carlos Luppi, presente na cerimónia de lançamento do programa.

De acordo com Luppi, os principais segmentos para os quais estes jovens receberão formação serão as tecnologias de informação, construção civil, hotelaria e 'call center'.

O programa, denominado "ProJovem Trabalhador", é voltado especificamente para jovens entre os 18 e 29 anos que estejam a estudar ou já tenham concluído o ensino médio e que tenham um rendimento de até um salário mínimo (239 euros) por mês.

"O estudante terá direito ainda a uma bolsa de 100 reais por mês (44 euros) como uma ajuda para garantir que ele poderá assistir ao curso", explicou o ministro, que adiantou que as aulas deverão ser iniciadas até meados do próximo semestre.

Além da formação social e profissionalizante, os beneficiados também receberão material didáctico e farda.

Segundo o secretário municipal do Trabalho e Emprego, o local onde serão realizadas as aulas serão escolhidos em função da proximidade com as regiões mais necessitadas.

Durante o evento, o prefeito Eduardo Paes destacou que a intenção é retirar essas pessoas da situação de risco socioeconómico no qual se encontram e tentar levar às áreas mais pobres da cidade os benefícios que estão a ser gerados na economia carioca graças aos eventos desportivos que irá receber nos próximos anos, como o Mundial de Futebol e os Jogos Olímpicos.

"A tragédia do Rio está localizada nos jovens de população carente. Quando se vê os números de violência, de quem mais mata e mais morre, o número dos desempregados, geralmente são jovens de áreas desassistidas da cidade", afirmou Paes, ao destacar que são estas as pessoas a quem se destina o programa.

Redação