O ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, disse, esta quarta-feira, que a decisão de suspender a atribuição do prémio de 500 euros aos melhores alunos do Ensino Secundário foi tomada "há bastante tempo".
"Já decidimos isso há bastante tempo, houve qualquer problema de comunicação", afirmou o ministro, questionado sobre o facto da deliberação, conhecida esta quarta-feira, defraudar as expectativas dos estudantes distinguidos, que iriam receber o prémio na sexta-feira.
Nuno Crato falava aos jornalistas, à chegada à Universidade de Coimbra para participar na cerimónia de atribuição do título de doutor 'honoris causa' ao actual primeiro-ministro e antigo presidente da República de Timor-Leste Xanana Gusmão.
"Os prémios [aos melhores alunos do Ensino Secundário] vão continuar a existir", sublinhou o governante. "Achamos melhor que os 500 euros que estavam atribuídos a cada aluno" sejam "atribuídos a projectos de escola, a projectos de apoio aos alunos e não devemos estar simplesmente a distribuir dinheiro", defendeu Nuno Crato.
A decisão do Governo suspender a atribuição dos 500 euros aos melhores estudantes do Secundário e de canalizar esse dinheiro para projectos de estabelecimentos de ensino foi divulgada, esta quarta-feira, pelo jornal "Público", numa altura em que muitos alunos já tinham sido convocados para o efeito.
Em comunicado, divulgado esta quarta-feira, o Ministério da Educação e Ciência esclarece que "irá manter o reconhecimento especial dos alunos que, relativamente a cada um dos cursos, tenham obtido a melhor classificação final de conclusão do Ensino Secundário".
No entanto, "o esforço financeiro total de cerca de meio milhão de euros" deixará de ser atribuído individualmente a cada aluno no valor de 500 euros. "O Ministério decidiu a 13 de Setembro que esta passará a constituir uma nova prática", afecta "a projectos existentes na escola, que serão elencados pelo Conselho Pedagógico".
Assim, "caberá ao aluno premiado seleccionar dentre estes aquele que deverá ser beneficiado", explica a tutela.