No dia em que na Grécia uma greve geral está a paralisar o país e a gerar novos tumultos, o ministro grego da Economia, Michalis Chryssohoïdis, diz que a situação na Grécia é "bastante desesperada".
"A nossa situação é bastante desesperada. Porque reduzimos sempre da maneira mais drástica o rendimento das pessoas. (...) Os gregos vivem a situação presente de maneira muito dolorosa", afirmou o ministro ao semanário", numa entrevista ao semanário alemão Die Zeit, que hoje a divulgou antecipadamente.
"Quando vamos ver a luz ao fundo do túnel? Não podemos dizê-lo ", acrescentou Michalis Chryssohoïdis.
"O governo [grego] está totalmente isolado com esta política de reforma. A oposição assegura poder renegociar as nossas condições de crédito. E a esquerda radical quer deixar a UE (...) estamos sozinhos", acrescentou.
Hoje o país vive uma greve geral de 24 horas contra as novas medidas de austeridade anunciadas pelo governo.
Sob a pressão da UE e do FMI, o governo socialista foi forçado a anunciar recentemente a redução do número de funcionários nos organismos públicos para baixar as despesas e os défices públicos.
"Não ao desemprego parcial, não às demissões, não à miséria", pode ler-se nas bandeiras dos funcionários do Ministério do Desenvolvimento.
Milhares de estudantes do ensino secundário gritavam: "Queremos livros, professores e escolas".
Cerca de 10.000 pessoas manifestaram-se também em Salónica, a segunda cidade grega mais importante, situada no Norte do país.
Todos os voos tendo os aeroportos gregos como origem ou destino foram cancelados, os transportes públicos também estão paralisados e adesão do resto dos trabalhadores dos sectores estatal está a ser grande.
Segundo a BBC, dezenas de milhares de pessoas não foram trabalhar, incluindo polícias, trabalhadores das finanças, professores ou funcionários de hospitais.
Os manifestantes reuniram-se no centro de Atenas para uma grande concentração em frente ao parlamento grego.
À margem da manifestação em Atenas, forças anti-motim lançaram gás lacrimogéneo contra as dezenas de jovens com capuz que atiravam pedras e garrafas.
Pelo menos dois manifestantes ficaram feridos, de acordo com uma fonte do hospital e um fotógrafo da agência de notícias AFP, ferido na cara com o escudo de um polícia.