O ministro brasileiro da Saúde, Alexandre Padilha, condenou, esta sexta-feira, o envio de lixo hospitalar de outros países para o Brasil e afirmou que a polícia federal está a procurar os responsáveis por essa prática, para que sejam punidos.
"A Anvisa (órgão responsável pela vigilância sanitária no Brasil) e a Polícia Federal estão agindo sobre isso. Responsáveis que possam ter comprado esses lençóis (de hospitais) para reciclar ou fazer tecidos serão severamente punidos, porque trata-se de uma prática ilegal", afirmou Padilha, citado pela Agência Brasil.
Na quinta-feira, um operário do interior de São Paulo denunciou a loja de roupas onde comprou umas bermudas ao constatar que o tecido do bolso fora feito com um antigo lençol de hospital.
Pelas imagens da reportagem da emissora EpTV, que divulgou o caso, podia-se ver um logótipo de um hospital de Almada, em Portugal.
Na semana passada, a Polícia Federal brasileira apreendeu 15 toneladas de lixo hospitalar proveniente dos Estados Unidos, no porto de Suape, em Pernambuco.
Nos últimos dias, quatro lojas foram fechadas por estarem a vender lençóis hospitalares no município de Santa Cruz do Capibaribe, a cerca de 200 quilómetros de Recife, capital do estado de Pernambuco.
"Nós não vamos permitir que qualquer país venha mandar lixo hospitalar para o nosso Brasil", reforçou o ministro.
Segundo o ministro da Saúde, uma das medidas tomadas desde então, foi o trabalho de "consciencialização" das autoridades policiais do que é considerado lixo hospitalar e o que não pode entrar no país. Os técnicos da Avisa são responsáveis por esse trabalho.
De acordo com o ministro, há casos de hospitais que têm a prática de doar lençóis limpos a instituições de caridade, o que seria um caso diferente e legal, por isso que é importante definir o tipo de mercadoria que é proibida por envolver riscos para a saúde.