Política

Ministro da Defesa diz que protesto dos militares "é legítimo em democracia"

O ministro da Defesa, Aguiar Branco, reagiu, este domingo, à manifestação de militares marcada para 12 de Novembro, afirmando que qualquer protesto é "legítimo em democracia desde que cumpra a Constituição e a Lei".

Aguiar Branco encara com "naturalidade" a concentração de militares no Rossio, a 12 de Novembro, aprovada num encontro convocado pelas diversas associações das Forças Armadas (praças, oficiais e sargentos", em que participaram largas centenas de militares.

"Vivemos em democracia, tudo o que seja manifestação com respeito pela Constituição e pela Lei temos que ver com normalidade", afirmou o ministro da Defesa, à margem do encerramento das comemorações do Dia do Exército, em Bragança.

O governante acrescentou que "só nas ditaduras é que há silenciamento, em democracia o direito à critica, o direito à manifestação, a ter uma opinião contrária é a essência da democracia".

"Desde que ela se faça com respeito pela Lei e pela Constituição, como estou confiante que vai acontecer", ressalvou.

Relativamente a uma eventual excepção para os militares nas medidas de austeridade, o ministro disse nunca ter ouvido isso. "Pelo contrário, vi sempre uma manifestação de serem solidários com os sacrifícios que hoje são necessários em toda a sociedade. Portugal vive uma situação muito difícil e seguramente as Forças Armadas não deixarão de, também elas próprias, darem o exemplo", declarou.

Aguiar Branco lembrou que "as Forças Armadas são depositárias de valores que hoje mais do que nunca são necessários: da coesão, de sentido patriótico e de sentido de unidade e de solidariedade, e, por isso", mostrou-se "absolutamente tranquilo".

O ministro da Defesa referiu ainda ao "legado importante" dos militares para a democracia portuguesa, sublinhando que "são e foram muito responsáveis pela democracia que existe em Portugal" e que "esse legado dá responsabilidade".

"Hoje mais do que nunca essa responsabilidade tem de estar bem consciente em todos os portugueses como está também nas Forças Armadas e, por isso, eu estou confiante, tranquilo que elas próprias saberão dar o exemplo daquilo que hoje se exige a todos nós que é salvar Portugal", disse.

Aguiar Branco concluiu defendendo que "a primeira condição para salvar Portugal é termos as nossas contas públicas sãs, porque não sendo uma condição suficiente é uma condição necessária".

Redação