Daniel Ortega, presidente cessante da Nicarágua, foi reeleito no domingo, na primeira volta das presidenciais, anunciou esta segunda-feira o Conselho Eleitoral Supremo (CES), vitória que o seu principal adversário, Fabio Gadea, não aceitou, alegando fraudes.
"Desejo felicitar o presidente", declarou Roberto Rivas, que preside ao CES, que atribuiu 62,6 por cento dos votos a Ortega, percentagem que já não poderá ser atingida pelo opositor de direita Fabio Gadea (30,9 por cento), segundo os resultados relativos a 85,8 por cento das mesas de voto.
Um despacho da agência AFP adianta que numa declaração quase em simultâneo, Gadea recusou-se a reconhecer a vitória do presidente cessante.
"Não podemos aceitar os resultados apresentados pelo CES, porque não reflectem a vontade do povo", afirmou o candidato de direita lendo uma declaração aos jornalistas.
O escrutínio de domingo foi organizado para "alterar a vontade popular", garantiu, referindo-se a "fraudes de proporções inéditas".
Os cerca de 3,4 milhões de eleitores com mais de 16 anos da Guatemala, o maior país mas também o mais pobre da América Central, votaram no domingo sob a vigilância de observadores internacionais.
Os observadores, da União Europeia e Organização dos Estados Americanos, já disseram ter verificado algumas anomalias durante a votação, sem no entanto porem em causa a validade dos resultados.
Incidentes isolados, de que resultaram diversos feridos, foram registados durante a votação em Manágua (capital) e no norte do país.
Antigo guerrilheiro e aliado do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, Ortega, 65 anos, obteve do Tribunal Supremo uma controversa decisão, autorizando-o a disputar um segundo mandato consecutivo de cinco anos, contrariamente ao que prevê a Constituição do país.