O gigante mundial fotográfico Kodak, que chegou a Portugal em 1919, está prestes a ruir, preparando-se esta empresa centenária para abrir falência até Fevereiro, noticiou a Imprensa norte-americana.
Segundo o jornal "The Wall Street Journal", citado pela agência AFP, a Eastman Kodak, que emprega 19 mil trabalhadores, prepara-se para recorrer até Fevereiro ao artigo 11 da lei norte-americana das falências, o que precipitou o seu afundamento no mercado bolsista.
Desde terça-feira que a Kodak vive sob a ameaça de expulsão de Wall Street, por parte do operador da Bolsa de Nova Iorque, o New York Stock Exchange, que deu à empresa seis meses para recuperar a cotação das suas acções.
Após uma queda de cerca de 30% na quarta-feira, as acções da Kodak baixaram, esta quinta-feira, mais 6,15%.
O grupo, fundado nos EUA em 1892, vale agora menos de 120 milhões de dólares (93,8 milhões de euros), quando em 2004, ano em que saiu do índice bolsista Dow Jones, estava valorizado em mais de 30 mil milhões de dólares (23,4 mil milhões de euros).
"É o caso trágico de uma empresa que não fez a viragem tecnológica quando podia", defendeu Gregori Volokhine, responsável pelo departamento de acções da empresa de serviços financeiros Meeschaert Capital Markets.
O cenário descrito pelo "The Wall Street Journal", que cita fontes próximas do processo de falência da Kodak, descreve que a empresa procura vender a sua propriedade intelectual para se livrar de parte da sua dívida. Sem êxito, a Kodak poderá recorrer à supervisão de um tribunal de falências.
A Kodak, símbolo do capitalismo norte-americano, foi criada por George Eastman, que inventou o filme fotográfico. A filial portuguesa da empresa foi estabelecida em 1919.
O primeiro contacto dos portugueses com a fotografia, através da Kodak, foi com a câmara Brownie, lançada em todo o mundo a um dólar, em 1900, assinala o grupo na breve descrição histórica que disponibiliza no seu portal.