Economia

Standard and Poor's corta 'rating' de sete bancos portugueses

A agência de 'rating' Standard and Poor's (S&P) reviu esta terça-feira em baixa as notas atribuídas a sete bancos portugueses, colocando as instituições em perspectiva negativa, uma decisão em linha com a queda do 'rating' da República de Portugal.

"Baixámos o nosso rating relativo ao risco de incumprimento de longo prazo do Banco Santander Totta, do Banco BPI SA e da sua subsidiária Banco Português de Investimento, da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e do Banco Comercial Português (BCP) em dois níveis", comunicou a agência numa nota emitida terça-feira.

"Adicionalmente, baixámos também o rating relativo ao incumprimento de longo prazo do Banco Espírito Santo (BES) e da sua subsidiária Banco Espírito Santo de Investimento (BESI) em um nível", refere ainda a Standard and Poor's.

Assim, o Santander passou de BBB- para BB, a CGD de BB+ para BB-, o BCP de BB para B+, o Banco BPI S.A. e a sua subsidiária Banco Português de Investimento de BB+ para BB-. O BES e o BESI, cujos 'ratings' foram cortados em uma nota, passaram de BB para BB- nos dois casos.

A agência esclarece que o descida da nota do Santander "reflecte apenas a queda do 'rating' da dívida soberana", ao passo que a revisão em baixa dos restantes bancos traduz sobretudo a queda da avaliação da S&P da credibilidade da capacidade creditícia das instituições antes de considerar o potencial de uma intervenção estatal em um ou dois níveis.

A instituição colocou os 'ratings' de todos os bancos em perspectivas negativas ('negative outlook'), o que significa que poderão ser alvo de novos cortes.

No caso do BES, BESI, BPI e Banco Português de Investimento, estas perspectivas reflectem "o futuro económico e financeiro difícil que Portugal tem pela frente".

Os bancos europeus têm de concluir os seus planos de recapitalização, de modo a cumprirem as metas da Autoridade Bancária Europeia (EBA), até ao final de Junho. Neste sentido, os bancos europeus, em que se incluem os portugueses BCP, BPI, CGD e BES (através da sua 'holding') têm de, até final de Junho, apresentar um rácio de capital 'core tier 1' (a medida mais eficaz de avaliar a solvabilidade da banca) de 9%.

O rácio poderá ser conseguido através da subscrição de 'coco bonds' (contingent convertible bonds). Este instrumento híbrido é um título de dívida que se converte imediatamente numa acção a partir do momento em que o rácio de capital 'core tier 1' do banco descer abaixo de determinado nível.

Redação