O treinador de futebol português André Villas-Boas deu um passo atrás no "trilho" do seu antigo chefe de equipa Mourinho, ao ser demitido do Chelsea apenas oito meses e uma semana após ser apresentado.
"Infelizmente, os resultados e as exibições não foram suficientemente boas e a equipa não estava a dar sinais de melhorar numa altura chave da temporada", lê-se em comunicado dos "blues", a dar conta da saída de Villas-Boas, que os ingleses apelidaram de "mini-Mourinho".
O Chelsea ocupa o quinto lugar da "Premiership", a 20 pontos do líder Manchester City, foi afastado da Taça de Inglaterra, mas ainda se encontra em prova na Liga dos Campeões, embora em desvantagem nos "oitavos" para com o Nápoles (1-3), e na Taça da Liga inglesa.
Ao todo, em 40 partidas oficiais, o conjunto de Villas-Boas, alegadamente sem "mão" nos veteranos John Terry, Frank Lampard ou Didier Drogba, conseguiu 19 triunfos, 11 empates e saiu derrotado 10 vezes.
Com 34 anos, o portuense Luís André de Pina Cabral e Villas-Boas sentiu pela primeira vez uma "chicotada", do magnata russo e proprietário do clube londrino, Roman Abramovich, já seu conhecido enquanto adjunto de Mourinho, técnico que o milionário também despediu, mas após mais de três épocas.
No verão passado, Villas Boas levantou-se da sua "cadeira de sonho", o posto de técnico do F. C. Porto, pouco mais de um ano depois de ter tomado as rédeas e guiar o clube da Cidade Invicta numa temporada quase imaculada, conquistando a Liga Europa, a Liga portuguesa, sem qualquer derrota, a Taça de Portugal e a Supertaça.
O F. C. Porto de Villas-Boas ganhou o campeonato com 27 vitórias e míseros três empates - melhor só o Benfica de 1972/73 (28 triunfos e dois empates).
Para a história entrou também o sensacional percurso na Liga Europa, com 14 vitórias em 17 jogos e 44 golos, bem como quatro triunfos sobre o Benfica, entre eles um 5-0 caseiro, um 2-1 na Luz que selou o título e um 3-1 também na casa dos "encarnados", para a Taça, após um 0-2 caseiro.
O jovem treinador foi seduzido pelo milionário projeto do Chelsea, ao qual um dia Mourinho também cedera, com uma carreira que, verdadeiramente, só começou em 2009/2010, quando assumiu o comando técnico da Académica de Coimbra.
Antes, Villas-Boas havia orientado, com 23 anos, as Ilhas Virgens Britânicas, em dois jogos de qualificação para o Mundial, em 2000.
A sua carreira no futebol começou, porém, bem antes e já no F. C. Porto, através do então vizinho, o técnico inglês Bobby Robson, em 1994, com apenas 17 anos.
Villas-Boas trabalhou com Robson e, posteriormente, passou para a equipa técnica de José Mourinho, que acompanhou no F. C. Porto, Chelsea e Inter de Milão.
A 13 de outubro de 2009, Villas-Boas "desprendeu-se" de Mourinho e assumiu a "Briosa", que conseguiu manter na Liga, fazendo um trabalho suficientemente atrativo para despertar a cobiça de Sporting e F. C. Porto.
O Estádio de Alvalade chegou a ser apontado como o seu destino, mas o jovem técnico acabou no Dragão, onde, num ano, tudo conquistou, exceto a Taça da Liga.