Desporto

Abramovich pagou 11 milhões para despedir Villas-Boas do Chelsea

Após a enésima derrota na liga inglesa, sábado, Villas-Boas disse que não se demitia. Que era uma "questão de educação". Foi, talvez, a deixa que Abramovich esperava. AVB foi despedido do Chelsea.

André Villas-Boas não resistiu aos maus resultados nem à degradação do balneário. Era pública e notória a divisão dos jogadores pró e contra o técnico. Entre os detratores de AVB estava o veterano Lampard, que nunca escondeu desentendimentos com o ex-treinador do F.C. Porto e de quem dizia, abertamente, não ter com ele "a relação ideal".

Roman Abramovich, o patrão, correu várias vezes a apagar o fogo. Mas o oligarca russo também não suportou os maus resultados (três vitórias nos últimos 12 jogos da Premier League). E a sétima derrota na liga, sábado, com o West Bromwich, só precipitou o que se esperava havia muito. Ao cabo de nove meses, André foi despedido.

No fim de contas, AVB há de custar a Abramovich uns 45 milhões de euros. Eis a adição: 15 milhões ao F.C. Porto, 19 milhões para indemnizar o antecessor do português, Carlo Ancelotti, também demitido , e, claro, a reparação (à volta de 11 milhões de euros) por dois anos e três meses do contrato que restava a Villas-Boas.

São "peanuts" para uma fortuna avaliada em cerca de sete mil milhões. Desde que comprou o clube, em 2003, o russo investiu 1300 milhões em jogadores. Antes da demisão de AVB, gastou 60 milhões a indemnizar os anteriores seis técnicos.

Até final da época, o Chelsea será treinado por Di Matteo, que era adjunto de AVB. Mas já começaram as especulações. O oitavo técnico da era Abramovich - após Ranieri, Mourinho, Grant, Scolari, Hiddink, Ancellotti e Villas-Boas - será um grande nome. O de Pep Guardiola é há muito ventilado em Stamford Bridge. Mas por quem os adeptos "Blues" suspiram mesmo é o de outro português, esse mesmo, Mourinho, cujas recentes viagens a Londres, para comprar casa, serviram para alimentar ainda mais as especulações em torno do eventual regresso do "Special One". É esperar para ver.

ALMIRO FERREIRA