A opositora ucraniana Iulia Timochenko terminou, esta quarta-feira, a greve de fome que tinha iniciado a 20 de abril, declarou o médico alemão Lutz Marks, que está a tratá-la no hospital de Kharkiv, no leste da Ucrânia.
"Ela terminou a greve de fome. Estamos a retomar um regime de nutrição normal", declarou Harms aos jornalistas no hospital onde a antiga primeira-ministra ucraniana deu entrada esta quarta-feira de manhã, transferida da prisão de Kharkiv.
De momento, Timochenko, de 51 anos, está apenas a beber água e sumos.
"Vamos introduzir alimentos mais tarde. Está muito fraca, são precisos alguns dias para que o seu estado estabilize", disse o médico.
O tratamento da opositora, que tem hérnias discais, vai começar gradualmente: "A utilização de medicamentos está por enquanto extremamente limitada" devido à greve de fome, explicou.
A terapia vai durar pelo menos oito semanas, podendo prolongar-se por vários meses, acrescentou.
Questionado sobre a possibilidade de Timochenko estar presente num novo julgamento que deve começar no próximo dia 21, o especialista respondeu que é "muito improvável", dado que falta pouco tempo.
Lutz Harms, que trabalha num hospital de Berlim, deslocou-se à Ucrânia para tratar Timochenko e tem o estatuto oficial de médico assistente, indicou a vice-ministra da Saúde ucraniana, Raissa Moisseenko.
A opositora disse que receava ser tratada por médicos ucranianos e pretendia ser assistida no estrangeiro.
Iulia Timochenko está detida desde agosto de 2011 e foi condenada em outubro a sete anos de prisão por abuso de poder. A opositora considerou que o seu julgamento foi uma vingança pessoal do presidente Viktor Ianukovitch, seu adversário político eleito em 2010.
Timochenko estava em greve de fome desde 20 de abril para protestar contra agressões que disse ter sofrido na prisão.
As críticas do Ocidente ao destino de Timochenko têm aumentado nas últimas semanas e Kiev anunciou na terça-feira a anulação de uma cimeira de dirigentes da Europa Central que deveria ter lugar no final desta semana em Ialta, depois de muitos convidados terem anunciado a intenção de boicotar a reunião.