Mundo

Detido no Vaticano por posse ilegal de documentos secretos

Uma pessoa foi detida no Vaticano por posse ilegal de documentos secretos, no âmbito de uma investigação da polícia vaticana sobre uma série de fugas embaraçosas, anunciou o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi.

Questionado pelos jornalistas, Federico Lombardi indicou que "a investigação lançada pela polícia vaticana segundo instruções da comissão dos cardeais e sob a direção do promotor de justiça do Vaticano (procurador) permitiu localizar uma pessoa na posse ilegal de documentos confidenciais".

O detido "está atualmente à disposição da magistratura vaticana para aprofundamentos posteriores", precisou.

O padre Federico Lombardi não deu quaisquer informações sobre a identidade, a função do detido nem a data da detenção.

Segundo o jornal "Il Foglio", o detido poderia ser o mordomo dos apartamentos do papa, mas também poderia ser uma vítima da vontade dos investigadores de quererem encontrar um culpado rapidamente e não ser forçosamente o verdadeiro e/ou único culpado.

O anúncio da detenção surge um dia depois da demissão surpresa de Ettore Gotti Tedeschi, presidente do Instituto para as Obras de Religiosas (IOR), o banco do Vaticano.

Há um mês, Bento XVI instituiu uma comissão formada por três cardeais - Julian Herranz, Josef Tomko e Salvatore De Giorgi - para investigar as repetidas fugas de documentos desde janeiro último.

No sábado passado, um livro com o título "Sua Santita" ("Sua Santidade") do jornalista Gianluigi Nuzzi foi posto à venda nas livrarias, com a reprodução de dezenas de faxes e de cartas secretas cujo destinatário era o papa.

Os documentos ilustram numerosos debates internos do Vaticano, nomeadamente sobre as relações com as autoridades italianas, os escândalos sexuais dos Legionários de Cristo ou ainda as negociações do Vaticano com os integristas.

Redação