Política

PS demarca-se da forma como o Governo aproveitará um ano de consolidação orçamental

O PS atacou, esta terça-feira, a forma como o Governo tenciona aproveitar o prolongamento por mais um ano do processo de consolidação orçamental, acusando o executivo de aprofundar a crise em 2013, sem aliviar os sacrifícios dos portugueses.

Asposições dos socialistas foram transmitidas por Eurico BrilhanteDias, porta-voz do Secretariado Nacional do PS para as questõeseconómicas e financeiras, momentos depois de o ministro de Estado edas Finanças, Vítor Gaspar, ter anunciado os resultados da quintaavaliação da 'troika' (Banco Central Europeu, Comissão Europeia eFundo Monetário Internacional) à execução do Programa deAssistência Económica e Financeira em Portugal.

"Infelizmentetemos mais tempo para tapar um falhanço colossal do Governo, mas nãovamos ter mais tempo para aliviar os portugueses", declarou odirigente socialista.

Naconferência de imprensa, Eurico Dias vincou que o secretário-geraldo PS, António José Seguro, tem defendido desde novembro de 2011 oprolongamento por mais um ano do processo de consolidaçãoorçamental - perspetiva que o primeiro-ministro, Pedro PassosCoelho, "rejeitou" categoricamente ainda em maio passado,mas que agora o seu ministro das Finanças anunciou (meta de 4,5% em2013 e de 2,5% em 2014).

"Otempo e a realidade acabaram por desmentir o primeiro-ministro",considerou Eurico Dias, antes de se demarcar da forma como o atualexecutivo tenciona aproveitar o ano suplementar de cumprimento dasmetas do défice.

"OPS sempre defendeu mais tempo para aliviar os sacrifícios dosportugueses e para tornar o processo de ajustamento possível. Mas,com este Governo, vamos ter mais tempo para ter o défice orçamentalem 2014 em 2,5%. Ora, não se percebe por que motivo não temos maistempo para ter o défice em 3% em 2014, tal como a Espanha e aIrlanda", referiu o membro do Secretariado Nacional do PS.

Sobre asprincipais linhas orientadoras do Orçamento do Estado para 2013,Eurico Dias disse que "revelam mais austeridade, mais cortes nospensionistas (o que parecia impossível) e mais na saúde, naeducação e nas prestações sociais, acrescendo ainda a medidaantissocial que transfere rendimentos dos trabalhadores para ocapital".

"Oministro de Estado e das Finanças diz que a estratégia éapropriada, mas temos mais dívida, mais défice, muito maisdesemprego e muito menos economia. O cenário macroeconómicoapresentado para 2013 sofre uma degradação muito considerável. Em2013, segundo as previsões do próprio Governo, terão uma economiaa decrescer um por cento e a pergunta que fazemos é saber se 2013 émesmo o ano de recuperação como foi anunciado peloprimeiro-ministro aquando da festa do Pontal [em agosto passado],interrogou-se o membro do Secretariado Nacional do PS.

Para estedirigente socialista, 2013 "revela-se apenas o aprofundar dacrise e o aprofundar dos sacrifícios".

"OGoverno falhou e os portugueses é que pagam" - uma fraserepetida por três vezes por Eurico Dias ao longo da conferência deimprensa.

Redação