Jaime Marta Soares (PSD), membro do Conselho Diretivo Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), acusou o presidente da Mesa do Congresso, Mário de Almeida (PS), de falta de isenção e de ser "o coveiro" da associação.
"O senhor presidente da Mesa do Congresso deu hoje uma machadada na extinção da ANMP. Ele tem que assumir as suas responsabilidades. Não dirigiu o congresso com isenção e hoje foi o coveiro da ANMP", criticou o presidente da Câmara de Vila Nova de Poiares.
Jaime Soares lembrou que "na ANMP as clubites partidárias foram sempre deixadas à porta e isso deu força extraordinária à associação", mas lamentou que hoje Mário Almeida tenha assumido "o papel de líder partidário com o objetivo de criar uma guerrilha contra o Governo".
Antes, o presidente do Conselho Geral da ANMP e da Mesa do Congresso admitiu que divisões partidárias foram visíveis no final do XX Congresso da ANMP que decorreu em Santarém.
"Embora haja sentimento de defesa do poder local, infelizmente a fidelidade partidária quebra a razoabilidade das posições e isto ficou patente esta tarde para os dois partidos", assumiu Mário Almeida.
O presidente da Mesa do Congresso garantiu que não existem razões para impugnar as votações do congresso, assegurando que existia quórum, verificado pelos próprios serviços da ANMP.
Toda a polémica "situou-se à volta da Lei dos Compromissos. Autarcas do PSD defendiam a continuidade do diálogo com o Governo até ao final do ano e se não resultasse seriam feitas propostas de alterações. Os autarcas do PS entendiam que a lei deveria ser revogada e isso mereceu o apoio da maioria", esclareceu, frisando que as decisões tomadas no Congresso "devem servir de alerta para o Governo".
O presidente da ANMP, Fernando Ruas, apesar da insistência dos jornalistas, abandonou o Centro de Exposições de Santarém, local em que decorreu o Congresso, sem tecer qualquer comentário, alegando que não tinha existido encerramento.