O português Renato Seabra foi condenado, esta sexta-feira, em Nova Iorque por homicídio em segundo grau, pelo assassínio confessado do cronista social Carlos Castro, em janeiro de 2011, num hotel da cidade. A sentença será lida no dia 21 de dezembro.
A decisãodos jurados foi comunicada ao Tribunal nova-iorquino após mais deseis horas de deliberações, cabendo agora ao juiz ditar a sentença.
Seabra,que se recusou a assistir às últimas audiências, assistiu àleitura da sentença de cabelo rapado, sentado junto aos seusadvogados e vigiado por quatro polícias.
O jovem,detido há mais de um ano no estabelecimento prisional de RikersIsland, enfrenta agora uma pena mínima de prisão 15 anos a perpétuae máxima de 25 anos a perpétua.
A leiturada sentença ficou marcada pelo juiz Daniel Fitzgerald para 21 dedezembro.
A defesapedia a absolvição, argumentando que os problemas mentais deSeabra, diagnosticados pelos psiquiatras que o observaram depois docrime, o impediram de ter consciência dos seus atos, a chamada"defesa por loucura".
A acusaçãosustentou que foi a "raiva e vergonha" com o final darelação homossexual com Castro, iniciada assumidamente a troco defavores materiais, a levar ao violento crime de 7 de janeiro de 2011.
Depois dea porta-voz do júri comunicar a decisão, os 12 jurados foramquestionados um por um como tinham decidido, respondendo todos"culpado".
O advogadode Defesa, David Touger, levou as mãos à cabeça ao ouvir a decisãoe assim se deixou ficar durante alguns minutos.
No final,revelou que vai pedir recurso da decisão, mas não precisou quando ecom que argumentos.
Seabraesteve impassível e cabisbaixo durante a leitura da sentença eapenas antes de sair da sala se virou para a mãe, que assistia àleitura da sentença na companhia de três amigas.
A mãe,Odília Pereirinha, pediu-lhe então calma, através de gestos,soprou beijos e uniu as mãos, como que a rezar.
OdíliaPereirinha, que acompanhou todas as audiências e em muitas delaschorou, escusou-se a prestar declarações à imprensa no final.
Naaudiência esteve também uma irmã da vítima, Amélia Castro, e umaprima, que celebraram a decisão de forma comedida.
Oprocurador de Nova Iorque, Cyrus Vance, congratulou-se com acondenação de Renato Seabra pelo homicídio de Carlos Castro, queconsiderou um "crime brutal e sádico".