Economia

Draghi diz que juros do empréstimo a Portugal estão abaixo de outros países

O presidente do Banco Central Europeu afirma que as taxas de juro do empréstimo a Portugal são inferiores a 3%, estando assim "substancialmente abaixo" das taxas a que os outros países estão sujeitos.

Numaresposta por escrito ao eurodeputado do CDS-PP Nuno Melo, publicadaesta quinta-feira na página oficial na Internet do BCE, Mario Draghisublinha que no que diz respeito "ao custo da dívida nos paísesintervencionados, a decisão cabe aos Estados-Membros" e lembralogo de seguida que as taxas praticadas para os países sobintervenção externa - como Portugal - são mais baixas do ueaquelas a que os países têm de pagar no mercado.

O líderdo BCE considera também que o ritmo de consolidação orçamental emPortugal é apropriado.

"Énecessário que a consolidação orçamental nos países vulneráveisseja significativa, a fim de restaurar a confiança nasustentabilidade das finanças públicas. Nesse aspeto, o ritmo deconsolidação atual é apropriado e foi até ajustado em algunspaíses sob um programa de assistência financeira (designadamente, aGrécia e Portugal)", escreve.

"Éessencial que os desequilíbrios macroeconómicos existentes sejamcorrigidos. Sem programas de ajustamento desta natureza, os paísesnão terão perspetivas de regressar a um crescimento sustentável",considera ainda o responsável.

Opresidente do BCE admite também, numa questão sobre a possibilidadeda crise da dívida soberana que afeta a área do euro poder ser umadas razões para a "fuga" de capitais, que "existeevidentemente uma relação entre as dificuldades dos países da áreado euro e as condições de financiamento dos bancos" e que "aperceção dos investidores quanto ao risco de cauda (tail risk) deuma rutura da área do euro conduziu à fragmentação dos mercadosfinanceiros e contribuiu para a saída de capitais dos países sobpressão".

Para queesta situação se reverta, o BCE defende que é "fundamentalrestabelecer condições macroeconómicas e financeiras sólidas erestaurar a confiança, implementando na íntegra as necessáriasmedidas de consolidação orçamental e reformas estruturais, bemcomo completando a União Económica e Monetária".

Redação