A greve dos maquinistas e dos revisores da CP - Comboios de Portugal parou quase por completo a circulação de comboios, tendo-se realizado esta terça-feira três comboios até às 12.30 horas, de acordo com o Sindicato dos Maquinistas.
O presidente do Sindicato Nacional dos Maquinistas (SMAQ), António Medeiros, disse à Lusa que "apenas três comboios circularam esta manhã", tendo a adesão à greve contra a redução no valor pago pelo trabalho em dia feriado sido "quase total".
Em declarações à Lusa, o dirigente sindical explicou que o pré-aviso de greve ao trabalho extraordinário se prolonga até 31 de janeiro, com a expectativa que com uma nova administração na empresa pública seja possível "encontrar uma solução de consenso".
O presidente da CP, José Benoliel, terminou o mandato na segunda-feira, último dia do ano, tendo comunicado a sua renúncia ao cargo à tutela - Ministério da Economia - com um mês de antecedência.
"A nossa predisposição é para encontrar condições de pacificação dentro da empresa", afirmou António Medeiros, realçando que a administração cessante "nunca dialogou nem negociou com os trabalhadores".
O presidente do SMAQ sublinhou que "é possível, mesmo neste ambiente de crise, encontrar uma solução a contento de ambas as partes".
A CP já informou que, por motivo do agravamento dos termos da greve convocada pelo SMAQ, para o período de 2 a 31 de janeiro, se prevê uma redução na realização de comboios dos Serviços Urbanos de Lisboa e Porto, muito em particular no período da manhã.
Já se previa que a maioria dos comboios fossem suprimidos ao longo do dia de hoje, podendo os efeitos da greve fazer sentir-se ainda na quarta-feira de manhã sobretudo nos comboios urbanos de Lisboa e do Porto.
Os trabalhadores da CP, da CP Carga e da Rede Ferroviária Nacional contestam a alteração do Código de Trabalho que reduz para metade o valor pago pelo trabalho em dias feriado e reclamam ainda a atualização dos salários.