O secretário-geral socialista afirmou, este domingo, que só está disponível para ser "solução" de Governo em caso de uma crise política provocada por PSD e CDS e disse não estar em condições de prometer diminuir impostos sobre o trabalho.
Numaentrevista ao DN/TSF, divulgada este domingo, António José Segurodiz também que não pensou se as eleições diretas no PS devem serantes ou depois das eleições autárquicas.
Interrogadosobre se for primeiro-ministro diminuirá os impostos sobre orendimento do trabalho, o secretário-geral socialista afirmou: "Nãoestou em condições de prometer isso aos portugueses".
"Aresponsabilidade de haver crise ou não, depende do Dr. Pedro PassosCoelho e do Dr. Paulo Portas, porque dispõem de maioria absoluta. Sóse começou a falar em crise política quando os dois sedesentenderam, quando o primeiro-ministro foi desautorizado empúblico pelo Dr. Paulo Portas", afirmou ao DN e à TSF.
"Portanto,todos os problemas que houve de instabilidade e de crise políticadecorrem da falta de solidez e, nalguns casos, de sentido de Estado,dos dois partidos que estão no Governo", disse.
Quanto àposição do presidente da República relativamente a uma crisepolitica, Seguro respondeu que Cavaco Silva "foi muito claro namensagem de ano novo" e que, nesse sentido, haverá uma crisepolítica "se houver uma implosão, uma divisão na coligação".
"Mashá uma coisa que quero assegurar aos portugueses: o PS estádisponível para assumir as suas responsabilidades e será soluçãono caso de haver uma crise política provocada pelo PSD e pelo CDS",sublinhou.
Questionadose essa solução decorrerá de eleições antecipadas, respondeu:"Para mim, é claro".
AntónioJosé Seguro sublinhou que o PS nunca votou a favor de nenhuma moçãode censura ao Governo, porque é "a favor da estabilidade"e compreende "a situação difícil em que o País está".
"Masisso nunca nos impedirá de afirmarmos, em defesa dos valores quetemos, aquilo que são as nossas convicções", ressalvou.
Questionadose o corte de quatro mil milhões nas funções do Estado não é umamatéria mais sensível do que a Taxa Social Única, em que admitiuuma moção de censura se o Governo não recuasse, Seguro respondeu:"Depende. Primeiro o Governo não explicou aos portuguesesporque tem de haver esse corte de quatro mil milhões de euros".
Para osecretário-geral do PS "há todas as condições" para umregresso aos mercados, um "objetivo de interesse nacional"no qual "o PS sempre se empenhou".
Caso sejaprimeiro-ministro, Seguro compromete-se com "a construção dalinha férrea de mercadorias entre Sines e Madrid", porqueligaria um porto importante e "avançado tecnologicamente"a um mercado de 55 milhões de pessoas.
"Emjunho, o Conselho Europeu aprovou os Project bonds. Portugal aindanão apresentou nenhum projeto! Aqui está um projeto transnacional,de interesse para Portugal e para a Espanha que podia serapresentado", defendeu.
AntónioJosé Seguro disse que a reforma e reestruturação da ADSE, bem comode todos os outros subsistemas de saúde, é para si "umaquestão essencial", mas disse ter que "reconhecer aquiloque tem sido o esforço que os funcionários públicos têm feitopara o seu próprio sistema", contribuindo com uma parte do seusalário para o seu financiamento.
"Tudoisto tem de ser contratualizado. Acredito muito no consenso, naconcertação, que têm de ter objetivos de equidade e deracionalização", afirmou.
Questionadosobre se as diretas devem acontecer sempre antes das eleiçõesautárquicas ou podem ser depois, António José Seguro respondeu:"Não pensei nesse assunto".
Segurorecusou comentar declarações de António Costa, Carlos César eAugusto Santos Silva sobre a sua liderança.