Economia

Desemprego afeta nove em cada dez portadores de deficiência

O movimento (d)Eficientes Indignados, que se manifestou, esta quinta-feira, junto ao Ministério das Finanças, disse que o drama do desemprego afeta nove em cada dez pessoas portadoras de deficiência.

ManuelaRalha, do movimento (d)Eficientes Indignados, que entregou noMinistério das Finanças um conjunto de reivindicações, refere que"não existe uma taxa de desemprego" nas pessoas comdeficiência, mas garantiu "que são muito poucos os que têmacesso a emprego", e que existem "muitos inscritos noscentros de emprego".

Salientandoque há "incentivos ao trabalho protegido", Manuela Ralhalamentou que "os empregadores não estejam muito sensibilizadospara empregar pessoas com deficiência".

Aresponsável pelo movimento de deficientes, que juntou, estaquinta-feira, mais de 20 pessoas em protesto, junto ao Ministériodas Finanças, assinalou "a má imagem que os empregadores"têm das pessoas com deficiência e aludiu a "exclusão epreconceito".

"Osempregadores têm uma imagem que acham que as pessoas com deficiêncianão produzem. Muito pelo contrário: produzem e têm capacidade",frisou Manuela Ralha, recordando que o fim dos programas de trabalhoprotegido na Administração Pública "veio acrescentar muitomais às listas de pessoas com deficiência que estão nodesemprego".

Outra dasreivindicações entregues no Ministério das Finanças tem a ver coma "alteração dos escalões de IRS para pessoas com deficiênciaque trabalham".

ManuelaRalha assegurou que "os problemas são muitos" e denuncioua existência de "pessoas com deficiência a pagarem 700 porcento a mais de IRS do que pagariam, porque não há um regime deexclusão para a pessoa que trabalha".

Por isso,o movimento (d)Eficientes Indignados pediu hoje ao ministro dasFinanças o "aumento das deduções à coleta" para aspessoas portadoras de deficiência, para que possam "fazer umavida mais digna" e para que a deficiência "não sejamotivo de exclusão e pobreza".

"Emboratenhamos aquele extra de 1.900 euros de patamar, que podem descontaranualmente, e, como temos custos acrescidos inerentes à deficiênciapara podermos trabalhar e para as deslocações, pedimos que atentema um regime de exclusão, que aumentem as deduções à coleta",disse.

O valorbaixo das "pensões sociais de invalidez de 190 euros e daspensões de invalidez de 214 euros" é outro dos pontos queManuela Ralha focou, além do "ensino especial", e criticoua "reinstitucionalização das crianças com deficiência,quando o Estado assumiu o compromisso de as integrar no ensinoregular".

Omovimento (d)Eficientes Indignados esteve, desde as 08:30 de hoje atéàs 19:00, em frente ao Ministério das Finanças, com o propósitode "acordar" o ministro Vítor Gaspar para a realidade deser deficiente.

Redação