Economia

Mulheres europeias trabalham mais 59 dias para terem o mesmo ordenado dos homens

As mulheres europeias precisam de trabalhar mais 59 dias do que os homens para conseguir ter o mesmo ordenado, revela a Comissão Europeia, segundo a qual Portugal está entre os menos discriminatórios e a Alemanha no lado oposto.

Os dadosforam revelados, esta quarta-feira, na véspera de se assinalar maisum Dia Europeu da Igualdade Salarial, mas são com base em valores doEurostat de 2010 e mostram que a disparidade salarial média entrehomens e mulheres europeus é de 16,2%.

"Esteevento à escala da União Europeia assinala o número de dias extraque as mulheres têm de trabalhar para atingir o mesmo montanteauferido pelos homens: atualmente 59 dias, o que significa que, esteano, calha a 28 de fevereiro", lê-se no comunicado da ComissãoEuropeia.

Adisparidade salarial média de 16,2% revela uma ligeira diminuiçãoobservada nos últimos anos, já que se chegou a registar cerca de17%. No entanto, a tendência para a diminuição pode ser explicadapelo impacto da recessão económica nos diferentes setores,nomeadamente naqueles que são dominados pelos homens, como aconstrução civil.

"Porconseguinte, esta diminuição não se deve de um modo generalizado aum aumento dos salários e à melhoria das condições de trabalhodas mulheres. Ao mesmo tempo, a percentagem de homens a tempo parcialou com salários mais baixos aumentou nos últimos anos", diz aComissão Europeia.

Olhandopara a tabela que acompanha os dados divulgados, é possívelperceber que a discrepância salarial em Portugal, em 2010, era de12,8%, abaixo dos 16,2% da média europeia e bastante distante dos22,3% registados na Alemanha.

De acordocom os mesmos dados, o país com a menor discrepância salarial é aEslovénia (0,9%), logo seguida da Polónia (4,5%), da Itália (5,3%)e do Luxemburgo (8,7%). Portugal aparece em sétimo lugar.

No ladooposto aparece a Estónia como o país com a maior discrepânciasalarial, com 27,7%, à frente da Áustria (24%), da Alemanha (22,3%)e da Grécia (22%), sendo que os dados para a Grécia são de 2008.

A ComissãoEuropeia diz querer apoiar os empregadores nos seus esforços paracorrigir as disparidades salariais entre homens e mulheres e dá comoexemplo o projeto "A igualdade compensa", que visasensibilizar as empresas para a questão da igualdade de género e deremuneração.

"Oprojeto visa contribuir para o objetivo da estratégia Europa 2020que consiste em aumentar a taxa de emprego para 75% - pelo que éessencial uma maior participação das mulheres no mercado detrabalho", adianta a Comissão Europeia.

Nesseâmbito, a Comissão vai realizar um fórum empresarial, em Bruxelas,a 21 de março, para 150 empresas de toda a Europa, ao mesmo tempoque está a preparar um relatório sobre a aplicação da diretivaeuropeia referente à igualdade de remuneração.

Redação