Mais de 90% dos 83 mil trabalhadores da construção civil que ficaram desempregados no ano passado eram pouco qualificados, sendo os estrangeiros, em termos relativos, os mais atingidos pelo desemprego.
Segundo a Associação de Empresas de Construção, Obras Públicas e Serviços (AECOPS), que se baseou nos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos a 2011 e a este ano, "91,8% dos trabalhadores que perderam o emprego possuíam um baixo nível de qualificação", o que significa que não tinham qualquer grau de escolaridade ou tinham apenas o nível do ensino básico.
Em termos de nacionalidade, os estrangeiros foram os mais afetados: 11,5 mil perderam o seu posto de trabalho, reduzindo o número para apenas 13 mil num universo de 357,2 mil trabalhadores da construção.
O Alentejo foi a região onde mais aumentou o número de desempregados inscritos nos centros de emprego, embora tenha sido no Norte que foram destruídos mais postos de trabalho (33,3% do total) e nas Regiões Autónomas que o desemprego deste setor mais pesou no total.
A maior parte dos desempregados trabalhava por conta de outrem, mas houve 14,5% de trabalhadores por conta própria que abandonaram a atividade em 2012.
A AECOPS sublinha que "o perfil do novo desempregado da construção vem acentuar a urgência, económica e social, de estancar a destruição massiva de postos de trabalho num setor que ainda revelava alguma capacidade de absorver alguns dos excessivos recursos humanos pouco qualificados do país".