Os militantes de um novo partido antieuro anunciaram, este domingo, o seu objetivo de integrar o Bundestag (Parlamento alemão) já este outono para combater a moeda única europeia que, disseram durante o seu congresso fundador em Berlim, "destrói a Europa".
Numa salarepleta de um hotel de cinco estrelas em Berlim, o porta-voz dopartido 'Alternativa para a Alemanha', Bernd Lucke, foi aplaudidopelo público que o ouviu dizer que "este é o tempo certo"para pensar num lugar no Bundestag, a câmara baixa do Parlamentoalemão.
Criado emfevereiro deste ano, o partido reivindica já 7.500 militantes edoadores, e com 1.400 militantes presentes este domingo no congressoque decorreu na capital alemã, o movimento acredita ter hipótesesde chegar ao Parlamento.
Ao lado deum 'stand' de vendas do livro 'Euro - cena do crime', um jornalistaindependente da região de Dortmund e militante do partidorecém-criado, citado pela agência francesa France Presse (AFP)previa cerca de 6% de votos para o movimento Alternativa para aAlemanha nas próximas legislativas, em setembro.
Com umaantiga nota de 100 marcos alemães no bolso do seu casaco, criticou apolítica europeia da chanceler Angela Merkel e exprimiu o seu desejode um novo fôlego conservador depois de a CDU (partido de Merkel)"ter virado à esquerda".
A deceçãocom a política de Merkel e, em termos mais gerais, a evolução daUnião Europeia estão no cerne das motivações dos militantes dopartido que hoje acorreram ao congresso inaugural.
Omovimento quer ainda fazer passar a mensagem de que os partidosestabelecidos perderam o contacto com o eleitorado.
"Hátrês anos que assistimos a uma degradação assustadora doparlamentarismo alemão", declarou Lucke, que afirmou perante osmilitantes do partido que o Alternativa para a Alemanha não pretendeser "nem de esquerda nem de direita", mas apenas "umaalternativa à política da coligação" no Governo.
Orecém-criado partido conta já com federações em quatro estados dopaís.
De acordocom a última sondagem publicada na Alemanha pela estação detelevisão ZDF, mais de um quarto dos alemães interrogados veriamcom bons olhos a saída do euro e 17% afirmaram-se prontos a votarnum partido que defendesse essa opção.